O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou, em relatório divulgado nesta sexta-feira, que o yuan não está desvalorizado, apesar da queda da moeda ante o dólar esta semana. Entretanto, segundo a instituição, a China ainda precisa adotar um sistema de taxa de câmbio totalmente baseado no mercado em três anos.
Esta semana, o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) introduziu medidas com o objetivo de fazer com que o yuan seja negociado mais de acordo com o mercado. De acordo com economistas e operadores de câmbio, a mudança é uma melhora ante o sistema antigo, pois as taxas de paridade estabelecidas no início da sessão estão mais relacionadas ao fechamento do dia anterior.
O FMI afirmou que a decisão do BC da China de permitir um papel maior das forças do mercado sobre o yuan é um “passo bem-vindo”, mas acrescentou que a China ainda tem muito o que fazer para que sua moeda flutue livremente. A instituição também disse que as mudanças “não tem implicações diretas nos critérios utilizados para determinar a composição da cesta de moedas” internacionais da instituição, mas, no geral, uma abordagem mais baseada no mercado ajuda.
Além disso, o FMI também pediu que o país que reverta “em tempo hábil” as recentes medidas intervencionistas tomadas após o mercado de ações da China ter caído bruscamente, ao mesmo tempo em que trabalhe para manter a liquidez, melhore a gestão de crises e a supervisão do mercado de ações.
A China suspendeu ofertas públicas iniciais, pressionou instituições estatais a comprar ações e proibiu grandes acionistas de venderem após o índice Xangai Composto ter caído bruscamente de uma alta de 5.166,35 no dia 12 de junho.
“Nós acreditamos que as medidas devem ser desfeitas o mais rápido possível”, disse Markus Rodlauer, chefe da missão do FMI para a China.
Nesta sexta-feira, o regulador do mercado de ações da China afirmou, através de seu site, que as entidades do governo irão segurar ações por anos, se necessário, para estabilizar o mercado.
O FMI também divulgou que a China precisa implementar reformas que irão impulsionar o crescimento a longo prazo, incluindo o corte de dívidas corporativas e governamentais e melhor eficiência em investimentos, sem deixar que a economia desacelere muito rápido.
A economia da China registrou crescimento de 7% no segundo trimestre do ano, mas a sua força fazem tem desacelerado na segunda metade de 2015. O país estabeleceu uma meta anual de crescimento de cerca de 7%, entretanto, o FMI projeta crescimento anual de 6,8%.