A Comissão Europeia deseja ver uma decisão final sobre seu planos para compartilhar 120 mil imigrantes pelo bloco antes da próxima reunião dos ministros do Interior marcada para 8 de outubro, disse uma porta-voz. A UE não conseguiu na segunda-feira fechar um plano para redistribuir esses imigrantes de maneira mais igualitária pelos países da União Europeia, com vários governos preferindo reforçar os controles fronteiriços.
Ainda que a maioria dos ministros do Interior tenham apoiado um acordo em princípio na reunião da segunda-feira, vários países da Europa Central, como Hungria, República Checa, Eslováquia e Polônia, recusaram-se a endossar a medida, segundo funcionários familiarizados com as discussões.
A divergência sobre as propostas da UE ocorre no momento em que a agência de fronteiras do bloco, Frontex, informa que mais de meio milhão de imigrantes foram detectados nas fronteiras da UE nos primeiros oito meses de 2015. O número foi atingido após o quinto mês consecutivo de recorde de pessoas entrando, estabelecido em agosto quando 156 mil pessoas chegaram, de acordo com a agência de controle fronteiriço. Em todo o ano de 2014, 280 mil pessoas foram detectadas nas fronteiras da UE.
Falando a repórteres nesta terça-feira, a porta-voz chefe da Comissão Europeia, Margaritis Schinas, disse que, se houver qualquer maneira de se chegar a uma decisão antes da reunião de 8 de outubro, é sempre melhor agir rapidamente. Segundo ela, a Comissão Europeia continua a pressionar por uma resposta mais rápida e mais ambiciosa do bloco à crise de refugiados. “O inverno está se aproximando e o mundo está vendo.”
As autoridades da UE gostariam também de ver um consenso nessa decisão. Legalmente, porém, o plano pode ser imposto caso seja aprovado pela maioria dos membros.
Também nesta terça-feira, a Comissão Europeia disse que recebeu documentos do governo grego, mostrando que foi estabelecida uma autoridade designada no país que pode receber fundos do bloco para ajudar na tarefa de lidar com a imigração. Schinas disse que os documentos estão sob revisão, mas o primeiro pagamento de 30 milhões de euros para a Grécia deve ser liberado “sem atraso”.
A Comissão Europeia também pediu “esclarecimentos” ao governo húngaro sobre sua nova lei de imigração, que prevê o risco de prisão para os que cruzarem a fronteira ilegalmente. Fonte: Dow Jones Newswires.