Internacional

Agência da ONU diz que Irã cumpre com exigências para controlar programa nuclear

O secretário-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, admitiu que concordou que especialistas iranianos tirassem amostras para analisar os sinais de que Teerã possa ter trabalhado para produzir armas atômicas. Segundo ele, porém, os passos conduzidos pelos iranianos estão de acordo com os rígidos padrões de procedimento da entidade da Organização das Nações Unidas.

A tomada de amostras é geralmente feita por especialistas da própria AIEA. Mas Amano disse que especialistas do Irã fizeram essa tarefa em Parchin, onde a agência suspeita que possam ter ocorrido testes de explosões para armas nucleares.

A possibilidade de que iranianos tirassem essas amostras aparentemente foi parte de um acordo confidencial com a agência, permitindo que o próprio país fosse responsável por suas amostras. Não estava ainda claro se os especialistas da AIEA estavam presentes na hora da retirada das amostras. Pelo acordo, especialistas iranianos, monitorados por câmeras, iriam retirar as amostras do local e entregá-las para análise da AIEA

Amano afirmou, porém, que o procedimento estava de acordo com os rígidos critérios da agência. Segundo ele, a AIEA confirma “a integridade do processo de amostragem e a autenticidade das amostras”. O porta-voz da agência de energia atômica iraniana, Behrouz Kalmandi, disse que especialistas da AIEA não estavam fisicamente presentes durante a tomada das amostras.

O diretor da AIEA falou um dia após ter realizado o que a imprensa iraniana descreveu como uma visita cerimonial à base militar de Parchin. Ele falou a repórteres em Viena que conseguiu entrar em um prédio que a agência vinha observando por satélite e viu sinais de “recente trabalho de renovação”. Aparentemente, ele se referia ao prédio onde a agência suspeita que experimentos com armas teriam sido realizados. A agência frequentemente diz que renovações subsequentes na área podem prejudicar a investigação da AIEA, uma posição repetida hoje por Amano.

A visita de um dia de Amano ao Irã é parte da avaliação do programa nuclear do país, após Teerã e seis potências mundiais chegarem a um acordo em julho. A avaliação da AIEA será determinante para se saber se as sanções contra o país serão retiradas.

O Irã nega ter produzido armas nucleares e insiste que Parchin é uma base militar convencional. Teerã se recua a permitir inspeções de suas instalações militares como parte do acordo nuclear, dizendo temer espionagem estrangeira. Pelo acordo de julho, o Irã irá conter suas atividade nucleares e se submeter a novas inspeções, em troca de bilhões de dólares em alívio nas sanções.

Um comitê especial do Parlamento iraniano revisa o acordo, para preparar um relatório para os congressistas do país. No fim do domingo, um membro do comitê, Alaeddin Boroujerdi, disse esperar que o acordo seja aprovado pelo Legislativo. Fonte: Associated Press.

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