Internacional

EUA: Boehner confirma renúncia ao cargo de presidente da Câmara

O presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, John Boehner, confirmou que vai se afastar do cargo em 30 de outubro, renunciando a uma das posições de maior poder em Washington, em face a uma oposição conservadora linha-dura que ameaça gerar uma crise institucional.

A princípio, Boehner anunciou sua decisão em uma reunião a portas fechadas com republicanos da Câmara e, em seguida, em uma coletiva de imprensa na tarde desta sexta-feira. O anúncio foi feito um dia após ele receber o papa Francisco no Capitólio.

Ele ainda afirmou que renunciará ao cargo de deputado e que contou sobre a escolha à esposa apenas na noite de ontem.

Com seu comportamento descontraído e sociável e uma tendência bem conhecida de chorar em público, Boehner foi amplamente popular entre os republicanos da Câmara. Apesar de ser conhecido como um conservador forte, suas táticas de confronto, porém, nunca foram suficientes para satisfazer as facções mais conservadoras da Casa.

Boehner renunciou em um momento de pressão por parte de outros conservadores, que o criticaram por não fazer o suficiente para “fiscalizar” o presidente Barack Obama. “Ficou claro para mim que essa prolongada turbulência na liderança traria um dano irreparável para a instituição”, disse.

O atual líder da maioria na Casa, Kevin McCarthy, é um provável candidato para suceder Boehner como orador, de acordo com legisladores do Partido Republicano. Apesar disso, vários conservadores afirmaram que ainda não determinaram quem deve ser o substituto.

McCarthy disse que entendia a decisão porque “sabia que John estava sob muita pressão e também cansado”. “Ele é um líder excepcional e um homem maravilhoso”, comentou. Já Obama afirmou estar surpreso com a decisão de Boehner e que espera que os republicanos escolham um substituto que entenda que “você não consegue 100% do que quer” em negociações.

Obama ainda elogiou Boehner, com quem brigou várias vezes ao longo dos últimos cinco anos, mas disse que o republicano é “um homem bom” e um “patriota”. “Espero que ele sinta que fez tanto quanto o possível”, disse.

Desde que Boehner assumiu a presidência da Câmara, em 2010, entrou em confronto com Obama por diversas vezes. Em 2011, eles falharam ao tentar chegar a um acordo orçamentário após intensas negociações que geraram um profunda desconfiança da parte de seus respectivos partidos. Eles não conseguiram avançar em outras questões, incluindo uma reforma no sistema de imigração. (Matheus Maderal, com informações da Dow Jones e da Associated Press).

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