Internacional

Na ONU, Rouhani diz que Irã renovou relações com o mundo após acordo nuclear

O presidente do Irã, Hassan Rouhani, disse nesta segunda-feira na Organização das Nações Unidas (ONU) que seu país iniciou “um novo capítulo” no relacionamento com o mundo depois da assinatura do acordo internacional em torno de seu programa nuclear, que permitirá o levantamento de sanções econômicas impostas a Teerã. “Nós não vamos esquecer o passado, mas não queremos viver no passado”, declarou.

Como o russo Vladimir Putin, Rouhani defendeu um esforço coletivo global para o enfrentamento do terrorismo e do extremismo, que afeta de maneira mais intensa o Oriente Médio e o Norte da África. Também propôs que a ONU adote um compromisso que proíba a intervenção unilateral em países da região sob o pretexto de combater o terrorismo.

Rouhani sustentou que a atual instabilidade que afeta países como Síria e Iraque tem origem nas ações militares dos Estados Unidos na região e seu apoio ao Estado de Israel. Segundo ele, o cenário seria distinto sem as guerras do Afeganistão e do Iraque e o suporte dado pelos americanos a Tel-Aviv, em detrimento dos palestinos. “Os terroristas de hoje não teriam justificativa para seus atos.”

O acordo negociado com os EUA e outras cinco potências mundiais foi apresentado por Rouhani como um exemplo de cooperação e diálogo a ser seguido em outros países. “Pela primeira vez dois lados, em vez de negociar a paz depois da guerra, se engajam em diálogo e entendimento antes da erupção do conflito.”

Refletindo a ambição iraniana de ser um líder regional, Rouhani disse que seu país pode ajudar no estabelecimento da democracia na Síria e no Iêmen – da mesma maneira em que, segundo ele, auxiliou o processo no Afeganistão e no Iraque.

O presidente iraniano classificou de “injustas” as sanções impostas ao país pelo Conselho de Segurança da ONU em razão de seu programa nuclear. “O Irã nunca teve intenção de produzir armas nucleares”, ressaltou. Rouhani pediu à comunidade internacional que se comprometa com um Oriente Médio livre de bombas atômicas, o que implica a eliminação do arsenal detido por Israel.

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