Internacional

Tony Blair apoiou combate no Iraque antes da aprovação no Parlamento

O ex-primeiro-ministro Tony Blair apoiou as operações militares no Iraque cerca de um ano antes de o Parlamento britânico aprovar a referida ação, de acordo com um memorando escrito pelo então secretário de Estado americano, Colin Powell, de 2002.

A nota publicada no Mail neste domingo foi escrita antes da visita de Blair, em abril de 2002, ao rancho do presidente George W. Bush em Crawford, Texas. O memorando até então secreto foi publicado pelo Departamento de Estado dos EUA, depois de uma solicitação de informação de 2012.

“No Iraque, Blair estará conosco, caso as operações militares sejam necessárias”, Powell escreveu.

É provável que a publicação do memorando aumente a pressão sobre John Chilcot, presidente do inquérito sobre a guerra do Iraque do Reino Unido, para publicar os resultados da investigação, que começou há seis anos. Famílias de pessoas falecidas no combate no Iraque ameaçaram ir ao tribunal para acelerar a liberação, dizendo que o atraso está prolongando seu sofrimento, enquanto buscam por respostas.

O escritório de Blair informou que o memorando é consistente com a declaração do ex-primeiro-ministro para Chilcot.

Quando perguntado sobre a reunião em Crawford, Blair disse que não garantiu que o Reino Unido tomaria parte em uma guerra contra o Iraque e Saddam Hussein.

“O único compromisso que firmei – e firmei abertamente -, foi o de lidar com Saddam… Houve uma discussão geral sobre a possibilidade de adotar a via militar, mas obviamente nós estávamos defendendo que isso acontecesse se o caminho via ONU falhasse”, disse Blair, em 2010.

O inquérito sobre decisões e erros no planejamento britânico e na execução da guerra começou em 2009, mas o calendário para a liberação permanece obscuro. A publicação dos resultados tem sido adiada, em parte, por um processo que dá chance de resposta àqueles que são criticados.

Chilcot defendeu o tempo gasto na investigação, dizendo que, apesar de compreender a angústia dos membros da família, o processo deve ser justo com os tomadores de decisão. O inquérito não tem precedentes, com 130 sessões realizadas para tomar testemunhos e mais de 150.000 documentos recebidos, diz Chilcot.

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