A gestão do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, começou a implementar o seu acordo nuclear histórico com o Irã, com o fim das sanções impostas a Teerã na última década. Mas preocupações com os termos do negócio aumentaram, após autoridades do governo terem minimizado, ao longo do fim de semana, a importância de uma investigação da ONU sobre se Teerã secretamente tentou desenvolver as tecnologias necessárias para construir armas atômicas.
A agência nuclear da ONU, chamada de Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, na sigla em inglês), está empenhada, no âmbito do acordo, em lançar um relatório no final deste ano sobre o status do trabalho desenvolvido pelo Irã. Mas no fim de semana, autoridades dos EUA disseram que o relatório da AIEA não tem qualquer influência sobre os movimentos da comunidade internacional na derrubada de sanções contra Teerã.
“A avaliação final, que a AIEA quer completar até 15 de dezembro, não é um pré-requisito para a implementação”, uma autoridade dos EUA disse neste sábado. “Nós não estamos em posição de avaliar a qualidade, como você diz, dos dados. Isso é entre o Irã e a AIEA.”
O secretário de Estado John Kerry e outras autoridades disseram anteriormente que as sanções ao Irã não seriam eliminadas se Teerã não cooperasse substancialmente com a pesquisa da ONU.
A mudança de posição dos EUA está alimentando críticas por parte dos republicanos. Eles acusam o Irã de estar cada vez mais beligerante, desde que o acordo nuclear foi atingido, em julho, com o teste de um míssil balístico do Teerã neste mês e a condenação de um jornalista do Washington Post por espionagem.
“Em um teste-chave do seu compromisso com o acordo nuclear, o Irã tem prestado cooperação mínima a inspetores internacionais que tentam determinar a extensão do trabalho do Irã com bomba no passado”, disse o republicano Ed Royce, presidente da Comissão de Assuntos Externos da Câmara. “Se é isso que se deu nos últimos 90 dias, os próximos anos vão parecer um desastre.”
Obama disse, por meio de um comunicado, que este domingo assinala um “marco importante” para impedir que o Irã obtenha uma arma nuclear e garantir que seu programa nuclear seja pacífico. Ele disse que os EUA vão acompanhar de perto a adesão do Irã aos compromissos assumidos em Viena.
“Nós, juntamente com os nossos parceiros, devemos agora nos concentrar no trabalho crítico de implementação total desta resolução, que responde nossas preocupações sobre o programa nuclear do Irã”, disse o presidente dos EUA.