As fábricas de Pequim, que produzem desde concreto a vagões de trem, fecharam nesta terça-feira para ajudar a reduzir a crise de poluição no ar na capital da China. Por outro lado, a situação funciona como um impulso para outros negócios, com o aumento das vendas de equipamento para purificar o ar e de viagens para escapar da poluição.
Ainda que Pequim nos últimos anos tenha atingido níveis de poluição do ar muito piores que o desta terça-feira, a mais recente onda de poluição foi a primeira a gerar o alerta vermelho na cidade, no âmbito de um sistema que vigora há dois anos e que exige esse alerta se houver pelo menos 72 horas consecutivas de forte poluição. Escolas também foram fechadas, diante do problema.
O quadro continua ruim mesmo diante das ações do governo chinês para tentar limpar a poluição. A maior parte da poluição do ar é atribuída à queima das usinas movidas a carvão, bem como às emissões dos veículos e ao setor de construção e às fábricas em geral.
Está proibida a circulação de metade dos carros da cidade, de 20 milhões de habitantes. As indústrias cimenteira, petroquímica e de outros setores receberam ordem para paralisar as operações, após os níveis de poluição superarem várias vezes as faixas consideradas seguras.
O Beijing Building Materials Group, importante fabricante de concreto e outros materiais, fechou várias fábricas, segundo um funcionário de seu departamento de relações públicas, que não divulgou seu nome nem deu outros detalhes. Inspetores de polícia usavam 650 câmeras para supervisionar os edifícios em construção e confirmar o cumprimento das normas de controle do pó.
Por outro lado, as empresas do setor de viagens registraram um aumento na demanda, já que algumas pessoas abandonaram a cidade. Uma agência de viagens que opera pela internet, Ctrip.com, registrou aumento de 20% nas vendas de pacotes anunciados com o lema “Fuja da fumaça” a pessoas de Pequim, disse um porta-voz. “Normalmente, o inverno é a baixa temporada para as viagens. Mas há muita gente que quer viajar neste ano.”
Empresas que vendiam máscaras contra a fumaça também se saíam bem, no atual contexto. Uma empresa de distribuição de comida, Ele-me, informou que estava vendendo 40% mais máscaras que hambúrgueres de frango. Os purificadores de ar também eram mais procurados. A popular companhia de smartphones Xiaomi vendeu 422 purificadores nesta segunda-feira, de 120 no domingo, segundo a loja da empresa em Taobao.com, uma plataforma de vendas na internet. Fonte: Associated Press.