A Índia e o Japão firmaram neste sábado um acordo de US$ 15 bilhões para um trem de alta velocidade, além de uma série de outros documentos para fortalecer os laços. Os países asiáticos buscam, com essa aproximação, se contrapor à crescente assertividade da China em sua política regional.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e o premiê japonês, Shinzo Abe, disseram que realizarão exercícios navais conjuntos e concordaram em transferir tecnologia para aumentar a produção de armas na Índia. Também avançaram em um pacto para o uso de energia nuclear para fins civis, mas disseram que detalhes técnicos devem ser fechados antes da assinatura de um acordo final nesse caso.
“Nós fizemos um progresso enorme na cooperação econômica e em nossa parceria regional e na cooperação em segurança”, disse Modi.
Os dois países anunciaram que fecharam um plano para construir um corredor de 500 quilômetros para um trem de alta velocidade, um avanço significativo para o sistema ferroviário antigo e lento da Índia. O acordo multibilionário para a construção da ferrovia entre Mumbai e a capital de Gujarat, Ahmedabad, é visto como o mais recente passo na rápida aproximação entre as duas maiores democracias da Ásia nos últimos 18 meses. Observadores veem isso como um esforço para contrabalançar a influência de Pequim.
O acordo ferroviário, que vem com financiamento de US$ 12 bilhões em termos que Modi qualificou como “muito cômodos”, também representa um impulso para a indústria japonesa, que sofreu derrotas duras para a China em contratos para trens-bala na Indonésia e na Tailândia. Segundo o premiê indiano, a novidade representará um motor para a transformação econômica de seu país.
O acordo energético com o Japão permitirá que a Índia fortaleça sua produção de energia nuclear, reduzindo a pressão internacional para que o país reduza as emissões de carbono geradas por suas usinas de carvão. A Índia deseja tecnologia nuclear para melhorar a oferta de energia em sua economia em crescimento, mantendo as emissões de carbono sob controle. O Japão buscou garantias de que a Índia não disseminará armas nucleares.
Os dois líderes ressaltaram a “importância crucial” do Mar do Sul da China para a segurança regional e o comércio, pedindo que países evitem ações unilaterais que levem a tensões na região. A China reivindica o controle da área, mas é contestada pelos EUA e por outras nações no caso.
Japão e Índia ainda firmaram acordos para o compartilhamento de inteligência militar e para a transferência de tecnologia de defesa para a fabricação de armas em território indiano.
O Japão disse que apoia a candidatura da Índia para a Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec, na sigla em inglês), grupo de 21 membros que promove o livre-comércio na região do Pacífico. Tóquio ainda alocou 1,5 trilhão de ienes (US$ 12,41 bilhões) para promover o comércio bilateral com a Índia. Fonte: Dow Jones Newswires.