Em resposta ao último teste nuclear de Pyongyang, a Coreia do Sul anunciou nesta quinta-feira que retomará a emissão de propaganda na fronteira, algo considerado um ato de guerra pela Coreia do Norte. Seul iniciou também conversações com Washington que poderiam resultar no envio de aviões e submarinos nucleares norte-americanos na península coreana.
De Seul a Washington, passando por Pequim e pela Organização das Nações Unidas, as potências mundiais buscam maneiras de impor sanções contra a Coreia do Norte, após o país anunciar que realizou um teste com sucesso de uma nova e poderosa bomba de hidrogênio.
As emissões de propaganda de Seul, que começarão na sexta-feira, devem irritar o regime norte-coreano. Os sul-coreanos fizeram campanha similar no fim de agosto, antes de fecharem com Pyongyang um pacote de medidas para reduzir as hostilidades entre os vizinhos.
Ao mesmo tempo, os especialistas tentam descobrir mais detalhes sobre a detonação, que gerou ceticismo e condenações pelo mundo. Pode ainda demorar semanas ou mesmo meses até que se possa confirmar ou refutar o anúncio norte-coreano do teste nuclear. Caso seja confirmado o uso da bomba de hidrogênio, esse seria um importante e inesperado avanço para seu, até o momento, limitado arsenal nuclear.
O presidente dos EUA, Barack Obama, falou com a presidente sul-coreana, Park Geun-Hye, e com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, informou a Casa Branca, segundo a qual a dupla concordou em “trabalhar junto para forjar uma resposta internacional unida e forte ante o recente comportamento imprudente da Coreia do Norte”.
O Conselho de Segurança da ONU, em reunião ontem, se comprometeu a impor novas sanções rapidamente contra a Coreia do Norte, dizendo que o teste foi uma “clara violação” de resoluções anteriores do órgão. A ONU já impôs quatro rodadas de sanções contra Pyongyang para tentar frear seu programa nuclear e de desenvolvimento de mísseis, mas o país as ignorou e continuou avançando para modernizar seus mísseis balísticos e as armas nucleares.
A Coreia do Sul também anunciou nesta quinta-feira que limitará a entrada em uma zona industrial administrada pelos dois países na Coreia do Norte, o último grande símbolo de cooperação entre os rivais. Fonte: Associated Press.