Pequim, 16/01/2016 – O premiê da China, Li Keqiang, afirmou que a economia do país cresceu quase 7% no ano passado, com o emprego e a renda das famílias se mantendo, apesar da demanda doméstica e global mais fraca. Os comentários de Li, feitos neste sábado, no lançamento do Banco Asiático de Infraestrutura (AIIB), sugerem que a economia chinesa está se desacelerando, mas permitem ao governo dizer que atingiu a meta de crescimento de cerca de 7% para 2015.
O governo deve divulgar os dados oficiais para o quarto trimestre e o ano de 2015 na semana que vem. Um ritmo de 7% ou menos seria o mais fraco crescimento anual para a China em um quarto de século. “Nosso PIB anual cresceu cerca de 7% ou, em outras palavras, quase 7%,” disse Li a um grupo de delegados estrangeiros e chineses do AIIB em uma casa de hospedagem estatal em Pequim.
Li assinalou que, dada a sua grande dimensão, em termos absolutos, a economia chinesa cresceu mais em 2015 do que no ano anterior, e ainda é uma das que tem crescimento maior entre as principais economias do mundo. A economia chinesa representa em torno de US$ 10 trilhões, e a taxa de crescimento anual da China em 2014 foi de 7,3%. O premiê disse ainda que a China gerou emprego “suficiente” em 2015, expandindo-se a uma margem mais ampla do que a esperada. A China ultrapassou a meta de criar 10 milhões de empregos urbanos, segundo dados do governo.
Para muitos economistas e analistas, entretanto, a economia da China parece estar se desacelerando mais rapidamente do que o governo admite, sob o peso de endividamento, excesso de capacidade industrial e um mercado imobiliário saturado. Como as estatísticas oficiais têm flutuado, dúvidas foram levantadas sobre a sua confiabilidade. Quedas recorrentes nos mercados de ações da China e as tentativas fracassadas de impulsioná-los têm despertado mais questionamentos sobre a capacidade do governo de administrar a economia.
O premiê disse que a China enfrentou um ambiente econômico difícil em casa e no exterior. “No entanto, a China é resiliente”, assinalou. A força de trabalho de 900 milhões de pessoas, incluindo cerca de 150 milhões de profissionais qualificados, continuará ajudando a mudar a economia de “sustentada em recursos naturais para sustentada em recursos humanos”, em busca de uma taxa média-alta de crescimento, acrescentou. Progressos já estão sendo feitos em reestruturação, segundo Li, com os serviços agora representando metade da economia e o consumo contribuindo com quase 60% do crescimento econômico. A economia chinesa tradicionalmente dependia de investimento e exportações. Fonte: Dow Jones Newswires.