Internacional

Taliban estabelece condições prévias para negociar paz no Afeganistão

Os emissários do Taliban estabeleceram condições prévias para que as negociações de paz com o governo do Afeganistão comecem, e reiteraram que um processo formal não pode começar enquanto as tropas estrangeiras estiverem no país.

O Taliban quer o fim das sanções impostas pela Organização das Nações Unidas (ONU), que proíbem seus líderes de voar internacionalmente e bloqueiam seus ativos financeiros.

Eles também disseram que seu escritório político no Qatar deve reabrir antes que as negociações de paz comecem. O escritório foi fechado dias depois da inauguração, em 2013, depois de protestos por parte do governo afegão.

“Enquanto as forças estrangeiras estiverem no Afeganistão, a paz e a estabilidade são impossíveis”, disse Mohammad Naim Wardak, um membro da delegação do Taliban, durante o encontro. “Vamos tomar todas os caminhos que levem à retirada das tropas estrangeiras do Afeganistão e ao estabelecimento de um sistema islâmico.”

Foi a primeira vez que membros da comissão política do grupo, que tem sede na capital do Qatar e tem permissão para liderar os esforços de paz, discutiram publicamente iniciativas de reconciliação, desde que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, desistiu do plano divulgado em outubro do ano passado para retirar quase todas as tropas americanas do Afeganistão até o fim de 2016.

Os EUA vão manter pelo menos 5.500 soldados norte-americanos em bases em todo o país até que Obama deixe o cargo, em janeiro de 2017.

O fórum foi realizado com portas fechadas, em um hotel de cinco estrelas no centro de Doha. O encontro foi organizado pelo grupo internacional Conferências Pugwash sobre Ciência e Assuntos Mundiais, que trabalha na resolução de conflitos. Um evento semelhante ocorreu em maio do ano passado, também promovido pelo mesmo grupo.

O governo afegão se opôs ao evento e tentou pará-lo, temendo a interferência nos esforços do governo do Paquistão para negociar a paz no Afeganistão. O governo disse que as tropas estrangeiras tinham o direito legal de permanecer no país, e alega que a plataforma internacional deu uma legitimidade indevida ao Taliban. Fonte: Dow Jones Newswires.

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