Teerã, (AE) – Resultados parciais das eleições parlamentares do Irã apontam que os reformistas devem ampliar sua presença no Parlamento e na Assembleia dos Especialistas, responsável por nomear e até retirar o líder supremo do país – o líder xiita supremo, aiatolá Ali Khamenei. Os reformistas são a favor da expansão das liberdades democráticas e do avanço nas relações com o Ocidente.
Relatos da agência de notícias Fars e Mehr apontam que candidatos ultraconservadores devem perder espaço. Não havia expectativa no país de que nenhuma das três principais correntes políticas do Irã – reformista, conservadora e ultraconservadora – conquistasse a maioria dos votos. Os reformistas, entretanto, estão no caminho para obter seu melhor resultado em mais de uma década.
Um vitória dos reformistas pode ser um impulso para o moderado presidente Hassan
Rouhani, que defendeu o recém implementado acordo nuclear do Irã com um grupo de potências globais, em oposição à linha defendida pelos ultraconservadores.
A apuração parcial também aponta os moderados ganhando terreno na Assembleia dos Especialistas, formada por 88 membros, que vai eleger o sucessor do líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei, hoje com 76 anos e que comanda as decisões do país desde 1989.
A TV estatal iraniana informou que Rouhani e o ex-presidente Akbar Hashemi Rafsanjani, também moderado, devem manter seus assentos no grupo. As eleições para a Assembleia dos Especialistas são realizadas a cada oito anos. Hoje, cerca de 20 políticos moderados integram o grupo.
Rouhani e Rafsanjani lideravam a contagem de votos na região de Teerã, que elegerá 16 candidatos para a Assembleia e é vista como um termômetro político das eleições nacionais. Apenas três dos clérigos de Teerã com probabilidade de vencer as eleições são ultraconservadores, menos que os atuais seis membros desta linha presentes na Assembleia. Não foram divulgados resultados imediatos de outros colégios eleitorais até o momento.
Aproximadamente 55 milhões de pessoas, de uma população de 80 milhões, podem votar no Irã. A estimativa é de que mais de 60% dos eleitores tenham participado do pleito, informou neste sábado o ministro do Interior Abdolreza Rahmani Fazli, com base na contagem parcial dos votos.
As eleições no Irã ocorrem após a conclusão do acordo nuclear entre o Irã e potências globais, que levou à suspensão das sanções econômicas em troca de o país restringir seu programa nuclear. Fonte: Associated Press.