A Comissão Europeia deu à Grécia duas semanas para elaborar planos concretos para melhorar a proteção da fronteira externa da União Europeia. Com isso, cresce a pressão sobre o governo grego por causa da crise de imigração, apesar de o número de pessoas que entraram no bloco estar diminuindo.
Se considerar que a Grécia não conseguiu criar um plano adequado e implementá-lo até 12 de maio, a UE vai estender as checagens de fronteira existentes para viajantes da Grécia até meados de novembro, para ajudar a garantir que imigrantes não consigam avançar para dentro do bloco.
Tal movimento destacaria as contínuas incertezas sobre a sobrevivência do acordo de Schengen, que permite que viajantes cruzem muitas fronteiras europeias sem um passaporte.
Áustria, Alemanha e outros países introduziram controles de fronteira em uma tentativa de conter a onda de mais de um milhão de pessoas tentando entrar na Alemanha ou em países escandinavos desde meados do ano passado, criando um efeito dominó nos Bálcãs que deixou milhares de pessoas presas na Grécia após cruzarem o Mar Egeu.
O fechamento de algumas rotas e um acordo com a Turquia para receber de volta todos os imigrantes que chegam à Grécia ajudaram a reduzir significativamente o número de pessoas entrando no bloco, mas diplomatas da UE afirmam que ainda é improvável que a Áustria e alguns vizinhos suspendam os controles nos próximos meses.
Pelas regras atuais, checagens de passaporte na área englobada pelo acordo de Schengen não podem ser estendidas além de 12 de maio a menos que a Comissão Europeia avalie que um país está fracassando em proteger a fronteira externa do bloco. As checagens foram introduzidas para viajantes da Grécia em setembro.
“A Comissão confirma que estará preparada para essa eventualidade e agirá sem atraso”, declarou o braço executivo da UE em comunicado.
No documento de dez páginas, a Comissão afirma que, embora a Grécia tenha feito progresso desde o primeiro alerta, em novembro, ainda não conseguiu apresentar cronogramas e estimativas de custo concretas e nomear as autoridades responsáveis por vários requerimentos.
O relatório também diz que ainda não está claro o que a Grécia planeja fazer para melhorar a vigilância costeira no curto prazo, quando essas medidas serão implementadas e quanto isso vai custar. A Comissão Europeia também quer uma ação urgente da Grécia para criar patrulhas conjuntas com a Frontex, a polícia de fronteira da UE, na divisa norte com a Macedônia, que não faz parte do bloco.
O governo grego não respondeu imediatamente a um pedido para comentar o assunto. Fonte: Dow Jones Newswires.