Promotores especializados no combate ao crime organizado fizeram uma busca no escritório de advocacia Mossack Fonseca nesta terça-feira no Panamá, em busca de evidências de lavagem de dinheiro ou de financiamento ao terrorismo. A operação é realizada após o vazamento de documentos sobre dinheiro de clientes internacionais ricos enviado a paraísos fiscais.
Pouco após a divulgação das notícias sobre uma série de documentos vazados do escritório, há pouco mais de uma semana, o governo panamenho disse que investigaria o caso. Em comunicado, o escritório da promotoria geral afirmou que o objetivo era “obter documentação ligada à informação publicada em reportagens que estabelecem o uso da companhia em atividades ilícitas”. Segundo o texto, buscas também foram feitas em outras subsidiárias da empresa no Panamá.
A Mossack Fonseca nega qualquer irregularidade, ao dizer que apenas está envolvida na criação de contas financeiras offshore e em companhias anônimas para seus clientes, mas não em como essas contas são usadas. O escritório informou em sua conta no Twitter na noite de terça-feira que “continua a cooperar com as autoridades nas investigações que são realizadas em nossa sede”.
Os documentos vazados deram detalhes sobre como políticos, celebridades e companhias pelo mundo escondiam ativos em contas offshore e em companhias de fachada. Cofundador do escritório, Roman Fonseca tem dito que o único crime que pode ser visto no vazamento foi a cópia irregular de informações dos computadores de sua empresa. Segundo ele, os suspeitos teriam copiado as informações fora do Panamá, possivelmente na Europa.
O presidente panamenho, Juan Carlos Varela, tem defendido o setor financeiro de seu país, mas também afirmou à comunidade internacional que está disposto a fazer reformas para tornar esse setor mais transparente. O governo anunciou que Joseph Stiglitz, Nobel de Economia em 2001, será membro de um painel internacional que revisará as práticas legais e financeiras do Panamá e recomendará melhorias. Fonte: Associated Press.