O presidente do Parlamento da Ucrânia, Volodymyr Groysman, foi eleito como novo primeiro-ministro do país nesta quinta-feira, em uma decisão que o governo espera dar fim a meses de crise política. No entanto, defensores de reformas dizem que a nomeação dá aos oligarcas ucranianos liberdade para administrar o país.
Nos últimos meses, tensões políticas aumentaram na Ucrânia e alguns reformadores respeitados renunciaram a seus cargos, citando decepção com a camaradagem e a corrupção entranhadas no governo. “O novo primeiro-ministro e o gabinete ajudarão a tirar o governo dessa letargia que dura meses”, afirmou o analista Vadim Karasyov.
O parlamento votou por 257 votos a favor e 50 contra Groysman, que havia sido escolhido pelo presidente Petro Poroshenko depois que sua aparente primeira escolha, a ministra de Finanças Natalie Jaresko, foi rejeitada pela coalizão de governo.
Jaresko era considerada uma reformista amigável a países do Ocidente e não ligada à corrupção no país. Groysman, no entanto, atuou em diversos ministérios que recentemente enfrentaram acusações de corrupção, incluindo o Ministério do Interior, liderado por Arsen Avakov.
O agora ex-primeiro-ministro Arseniy Yatsenyuk, renunciou nesta semana, após semanas de pressão. O gabinete de governo sobreviveu a uma moção de confiança em fevereiro, mas dois partidos deixaram a coalizão para protestar por não terem conseguido derrubar o premiê. Yatsenyuk estava sob fogo em meio à piora da economia e à desaceleração no ritmo das reformas.
Oleh Lyashko, líder do direitista Partido Radical, que deixou a coalizão no começo deste ano, descreveu a eleição desta quinta-feira como um golpe dos oligarcas para garantir seus interesses ocultos. Yulia Tymoshenko, ex-primeira-ministra e líder na revolução democrática ocorrida no país em 2005, anunciou que seu partido vai se opor ao novo governo. Fonte: Associated Press.