A Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) também precisou se reinventar durante pandemia do novo coronavírus para ajudar os atletas brasileiros neste período de crise. Por meio de treinos online, nomes consagrados como Arthur Zanetti e Francisco Barretto realizam atividades com a nova geração e usam a experiência para servir de inspiração.
"Nós encontramos uma oportunidade em um momento que todos estão tendo dificuldades. A ginástica hoje se uniu mais e está trabalhando em conjunto. Neste momento estamos mais unidos por um ideal: levar a ginástica para um patamar acima do que já estamos. Eu vejo que a modalidade ainda vai crescer muito", afirma Marcos Goto, coordenador da seleção de ginástica artística masculina.
O coordenador faz parte da equipe que acompanha o treinamento dos ginastas. Durante a pandemia, a confederação une o seu time multidisciplinar para realizar a preparação e avaliações dos atletas nesta nova rotina. Eles também passam por um questionário que analisa o desempenho, com informações como qualidade do sono, dor muscular, nível de estresse, humor e até uma escala de dor.
Os efeitos do período de isolamento também são analisados pela equipe, tanto no preparo físico do atleta quanto a sua saúde mental, com o auxílio de psicólogos. "Tem um momento inicial onde o atleta relaxa o corpo. Depois, a gente pensa em restaurar a mobilidade que eles perdem em função do repouso. Ativamos a musculatura e aquecemos. No final, a proposta é fazer exercícios para treinar a capacidade de controle motor", explica o treinador Cristiano Albino.
"O treino online possibilita a nossa observação. Conseguimos fazer algumas correções. Com o tempo, colocamos mais trabalho de fisioterapia, exercícios preventivos, de mobilidade. Acrescentamos alguns protocolos de tempo e quantidade dentro dos exercícios. Alguma coisa da parte técnica eles vão perder, não temos como controlar isso, mas vamos recuperar quando voltarmos a treinar com aparelhos", complementa Albino
Depois da pandemia os ginastas vão passar por uma avaliação de retorno com o objetivo de entender como os atletas lidaram com a quarentena obrigatória e estão encarando a retomada das atividades presenciais. O protocolo conta com preparação física e mental, fisioterapia, nutrição e outros procedimentos.
"Vejo muito empenho em cada atleta. É um momento complicado, mas desafiador também. Conseguimos perceber a capacidade que eles têm de lidar com a adversidade. Nós conseguimos adaptar a maneira de passar o tempo cozinhando, vendo filmes, brincando com os filhos… A gente se reinventou e a ginástica fez isso também. Desde os iniciantes aos mais experientes", diz o diretor do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Jorge Bichara.
A CBG acompanha mais de 70 atletas que treinam diariamente. Todos eles mandam fotos e vídeos semanais para serem avaliados pelos profissionais da confederação.