O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, afirmou que o acordo com a Turquia para viagens sem necessidade de visto – parte do esforço conjunto para resolver a crise de refugiados na Europa – será descartado se Ancara falhar em reformar as leis antiterrorismo que, segundo a União Europeia, estão sendo usadas para silenciar críticos internos do governo.
O comentário sinaliza uma postura dura no atual impasse ente a UE e a Turquia. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, rejeitou pedidos por novas leis contra o terror e alertou que todo o acordo sobre imigrantes poderia entrar em colapso se Bruxelas não desse seguimento à questão dos vistos.
“Nós realizamos negociações com a Turquia (…) estabelecemos as condições relacionadas à liberalização do visto”, disse Juncker em uma conferência em Berlim. “Nós colocamos muita ênfase na necessidade de cumprimento dessas condições. Caso contrário, o acordo entre a UE e a Turquia não vai acontecer”, acrescentou.
No acordo fechado em março, a Turquia aceitou receber de volta imigrantes que chegassem à Grécia em troca de os países da UE aceitarem alguns refugiados sírios diretamente da Turquia e pagarem 6 bilhões de euros (US$ 6,8 bilhões) para o país acomodar outros.
Como parte do acordo, a Turquia também teria a liberalização do visto para turcos que visitam a UE, sob a condição de que Ancara fizesse reformas importantes, incluindo mudar as leis antiterrorismo que os críticos dizem ser muito genéricas e prejudiciais aos direitos básicos. Fonte: Dow Jones Newswires.