O ministro de Defesa de Israel, Moshe Yaalon, oficializou sua demissão do cargo neste domingo. A saída de Yaalon abre caminho para que Avigdor Lieberman, um dos políticos mais polêmicos de Israel, assuma o cargo.
Na semana passada, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu havia convidado o partido de Lieberman, Yisrael Beitenu, a integrar o governo, em um movimento voltado a reforçar a sua estreita maioria. Lieberman teria exigido o Ministério da Defesa como condição para apoiar o governo, obrigando Netanyahu a solicitar a Yaalon que deixasse o cargo.
Yaalon anunciou sua renúncia na sexta-feira, afirmando que o governo havia sido tomado por “extremistas e elementos perigosos”. Assim como Netanyahu, Yaalon era profundamente cético em relação à perspectiva de paz com os palestinos e liderou uma ofensiva militar de 50 dias contra militantes islâmicos na faixa de Gaza em 2014, mas sabia ser ponderado diante do ataque de representantes de grupos ideologicamente mais conservadores.
Sua saída deixa o governo dominado por ministros religiosos e ultranacionalistas que se opõem à criação de um Estado Palestino e têm relações próximas com o movimento de colonos da Cisjordânia. O próprio Lieberman é um colono na Cisjordânia.
Em três décadas, ele já foi o mais próximo aliado e também um rival de Netanyahu. É um político experiente, mas sua experiência na área da defesa é limitada. Yaalon é um ex-comandante do exército israelense, enquanto Lieberman teve uma breve carreira na instituição, em um cargo de nível mais baixo. Há algumas semanas, Lieberman ameaçou matar um líder do grupo Hamas na faixa de Gaza. Ele tem falado repetidamente sobre seu ceticismo sobre a busca de um acordo de paz com os palestinos.
Netanyahu tem endossado a ideia de estabelecimento de um Estado Palestino como parte de um acordo de paz, mas vem impondo uma série de condições que têm levado os palestinos à conclusão de que não há sentido em negociar com o primeiro-ministro israelense. A comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos e a União Europeia, têm apoiado os palestinos e instado Netanyahu a flexibilizar suas posições.
O primeiro-ministro de Israel, no entanto, disse a seu gabinete que, ao preparar a inclusão de um novo membro em sua coalizão de governo, “continuará a buscar um processo de paz com os palestinos”. Fonte: Associated Press.