O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, e o líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, Rodrigo Londono, anunciaram hoje um acordo de cessar-fogo que leva o país para mais perto do fim de um conflito de 52 anos.
O anúncio foi feito em Havana, onde as duas equipes de negociação se encontraram para acertar os detalhes de como os sete mil militantes rebeldes irão se desmobilizar e entregar suas armas assim que o um acordo de paz for acordado. O anúncio foi celebrado com a presença do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, os presidentes de Cuba, Chile e Venezuela e outros países latino-americanos, além de um representante dos Estados Unidos.
“Estamos mais próximos de por um fim ao conflito armado do que em qualquer momento nas últimas cinco décadas”, afirmou o presidente cubano Raul Castro, um dos proponentes das negociações. “A decisão de ambos os lados representa um passo decisivo à frente, e o processo de paz não pode retroceder.”
As negociações começaram em 2012,após 15 anos de uma ofensiva militar que contou com o apoio dos Estados Unidos. O envelhecimento dos líderes da guerrilha também contribuiu para a decisão.
O acordo foi impulsionado por uma declaração de Santos, nesta semana, de que ele esperava entregar um acordo de paz a tempo da celebração da independência da Colômbia, que é comemorada no dia 20 de julho. O progresso do acordo anunciado hoje, porém, surpreendeu.
Além das bases do cessar-fogo, ambos os lados concordaram com um plano de desmobilização que deve fazer com que os guerrilheiros entreguem suas armas – que são consideradas símbolos da origem do movimento, que nasceu como uma força de autodefesa dos camponeses contra o Estado Oligárquico.
As equipes de negociação concordaram, em janeiro, que a ONU seria responsável por monitorar a aderência de ambos os lados a um eventual cessar-fogo. O anúncio não dá início ao fim oficial das hostilidades, que começam apenas quando o acordo final de paz for assinado. Para que isso aconteça, ele demanda que os rebeldes concordem em entregar as armas em até seis meses após a sua assinatura.
Segundo as negociações, os rebeldes das Farc serão levados a 23 zona e oito campos, onde eles deixarão suas armas e iniciarão o processo de volta à vida civil.
Os avanços deixam poucas questões a serem resolvidas, entre elas a proteção legal para que o acordo não seja revogado caso um governo à direita de Santos assuma o poder após as eleições de 2018.
O presidente colombiano também prometeu deixar os cidadãos votarem se aceitam o acordo final no referendo nacional. Fonte: Associated Press.