O Partido Popular, do primeiro-ministro espanhol Mariano Rajoy, aparece como o mais votado nas eleições nacionais da Espanha deste domingo, de acordo com pesquisas. Mas, o partido não conquistou número suficiente de assentos no Parlamento para formar um governo próprio e precisará negociar um acordo com partidos rivais se quiser voltar ao poder.
Em uma eleição realizada em meio à turbulência do referendo do Reino Unido para deixar a União Europeia, as urnas espanholas mostravam o conservador Partido Popular com 28,5% dos votos, segundo a pesquisa, o que o garante entre 117 e 121 assentos, dos 350 existentes no Parlamento espanhol. O número de cadeiras obtidas pelo partido é menor que as 123 conquistadas nas eleições realizadas em dezembro, quando também não conseguiu a maioria necessária para formar um governo, levando o país ao impasse político.
Complicando as potenciais negociações para a formação de um governo, a sondagem indicou que a nova aliança de extrema-esquerda chamada “Unidos Podemos”, entre o partido Podemos e os Partidos Unidos de Esquerda, ficaram na segunda colocação, com 25,6% dos votos, conquistando de 91 a 95 assentos, conforme a pesquisa realizada para a rede de TV nacional RTVE. Os partidos de extrema-esquerda, que tiveram 71 assentos em uma corrida separada em dezembro, ultrapassaram o Partido Socialista, que pela primeira vez caiu para o terceiro lugar em eleições gerais. As pesquisas apontaram que os socialistas ficaram com 22%, o que corresponde a 81 a 85 assentos, ante os 90 obtidos em dezembro. Em quarto lugar ficou o partido Cidadãos Centristas, com 11,8% dos votos, ou 26 e 30 assentos, em comparação com 40 de dezembro.
O apoio obtido pela esquerda radical é mais um sinal de alarme para os principais partidos políticos europeus depois que os eleitores no Reino Unido decidiram na semana passada por deixar a União Europeia. Esse resultado na eleição também significa que uma coalizão de partidos de esquerda poderia obter a maioria, embora tenham isoladamente perdido para o Partido Popular. Mesmo que Rajoy acerte uma parceria com o “Ciudadanos”, ainda assim não teria os votos necessários para formar um governo.
A pesquisa não informou a margem de erro ou deu detalhes de como as projeções foram feitas. (Dow Jones Newswire e Associated Press)