O rapaz de 17 que atacou passageiros de um trem na Alemanha com um machado, na segunda-feira, provavelmente agia sozinho e foi influenciado pela propagando do Estado Islâmico, afirmou hoje o ministro do Interior do país, Thomas de Maizière.
Investigadores ainda tentam descobrir a verdadeira identidade do acusado, que chegou ao país pedindo asilo em 2015, junto da família. O caso sublinha a dificuldade das autoridades em verificar a identidades dos milhares de imigrantes que chegam às fronteiras todos os dias. Cerca de um milhão de pessoas cruzaram a fronteira alemã no ano passado pedindo asilo, muitos da Síria, Iraque e Afeganistão.
“Algumas evidências sugerem que podemos estar lidando com um paquistanês, e não um afegão”, afirmou Maizière.
Autoridades afirmam que 70% dos que pedem asilo chegaram sem passaporte ou identificação, o que se traduz em um lento processo envolvendo testes de dialetos e questionamentos sobre os países de origem.
Hans-Georg Maassen, diretor da agÊncia federal de inteligência alemã, afirma que não é incomum para refugiados fingirem pertencer a uma nacionalidade diferente, à espera de melhores chances de serem aceitos no país.
Investigadores disseram na terça-feira acreditar que o rapaz havia adotado posições crescentemente radicais nos últimos meses. Em seu quarto, a polícia encontrou uma bandeira feita à mão do grupo extremista Estado Islâmico e o que seria uma carta de despedida para o pai, que pedia: “reze para que eu possa me vingar dos infieis e que eu alcance o céu”.
Um agência de notícias ligada ao grupo também divulgou um vídeo do rapaz prometendo cometer uma “operação de busca pelo martírio na Alemanha”, que Maizière confirmou como autêntica.
“Este é um clássico vídeo de adeus por parte de um suicida”, disse, acrescentando que não foram encontradas indicações de que ele teria recebido alguma ordem por parte do Estado Islâmico. Fonte: Associated Press.