Em um raro pronunciamento na TV, o imperador do Japão, Akihito, deu a entender nesta segunda-feira que ele queria abdicar de seu cargo por causa da idade e problemas de saúde, dando início à mudança potencialmente significativa no sistema imperial na era pós-guerra, uma vez que a Constituição japonesa não contempla a troca de cargo em vida.
“Quando o imperador tem problemas de saúde e sua condição se torna grave, me preocupa que, como já vimos no passado, a sociedade chegue a um impasse e as vidas das pessoas sejam afetadas de várias maneiras”, disse o imperador que tem 82 anos, em um pronunciamento de 10 minutos.
“Fico preocupado que possa se transformar em algo difícil realizar minhas responsabilidades como símbolo do Estado, como venho fazendo até agora”, afirmou Akihito, se referindo à possibilidade de abdicar nos próximos anos.
Em um tom de despedida, Akihito resumiu o seu reinado de quase 28 anos como nunca tinha feito antes e que descreveu o papel imperial dizendo que tem esperanças de passar o cargo para seu filho mais velho, o príncipe Naruhito.
Porém, o imperador, que assumiu o trono em 1989 após a morte do pai, Hirohito, evitou se referir diretamente a sua intenção de deixar o cargo, pois a Constituição japonesa não contempla a sucessão ao cargo em vida.
Este é o segundo discurso que o monarca faz desde que assumiu o Trono do Crisântemo, em 1990.
Antes disso, o imperador só tinha se dirigido pela televisão ao povo japonês em 16 de março de 2011 por causa do terremoto e tsunami que devastaram o nordeste do país. Fonte: Dow Jones Newswires e Associated Press