O conservador Partido Popular firmou nesta sexta-feira um acordo com o Ciudadanos, uma sigla defensora dos negócios, o que pode abrir caminho para a formação de um novo governo na Espanha e evitar o risco de uma terceira eleição. Os dois partidos concordaram com um conjunto de condições estabelecidas pelo Ciudadanos, um dia após o Parlamento anunciar que o líder do Partido Popular, o primeiro-ministro interino Mariano Rajoy, apresentará sua candidatura para formar um governo para um primeiro voto no Legislativo em 31 de agosto.
O apoio do Ciudadanos, porém, não será suficiente para Rajoy garantir a maioria no Parlamento. Até agora, outras siglas dizem que votarão contra a tentativa de Rajoy de formar governo. O Partido Popular está no poder desde 2011 e venceu uma eleição em junho, onde obteve 137 cadeiras, 39 a menos do necessário para obter a maioria, no Parlamento de 350 postos. O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) obteve o segundo lugar, com 85 cadeiras, e a aliança de esquerda Podemos veio em seguida, com 71. O Ciudadanos ficou em quarto, com 32 cadeiras.
A eleição de junho ocorreu após uma disputa eleitoral em dezembro terminar em impasse, sem um novo governo. Caso a situação volte a ocorrer até dois meses após o voto de 31 de agosto, a Espanha poderia ter novas eleições em pleno Natal.
O Partido Popular e o Ciudadanos agora pressionam o PSOE, que esteve no poder na maioria dos governos da Espanha nas últimas décadas, para pelo menos se abster a fim de encerrar o impasse. O PSOE, porém, insiste que votará contra Rajoy.
Na primeira votação, Rajoy precisa da maioria absoluta dos votos. Caso não a obtenha, haveria uma segunda votação em 2 de setembro, na qual necessita da maioria simples. O partido Ciudadanos insiste que o acordo é apenas para o voto que dará o governo ao premiê, mas que ele seguirá na oposição a Rajoy. Fonte: Associated Press.