Internacional

Merkel pede que moradores de origem turca sejam fiéis à Alemanha

A chanceler alemã, Angela Merkel, pediu às pessoas de origem turca que vivem há tempos na Alemanha que sejam fiéis ao país onde habitam. Merkel se comprometeu, porém, a também ouvir os anseios dessa parcela da população.

A fala de Merkel é divulgada durante um período tenso nas relações entre Alemanha e Turquia e em meio a preocupações de que as disputas políticas domésticas na Turquia possam se disseminar pelas ruas alemãs. Ancara se enfureceu por um voto em junho no Parlamento alemão que qualificou como genocídio a matança de armênios pelos turcos otomanos, há um século. Autoridades alemãs também criticaram o escopo da repressão na Turquia após uma tentativa de golpe, enquanto o governo turco reclamou da falta de apoio do Ocidente depois do episódio.

A Alemanha abriga cerca de 3 milhões de pessoas com origem turca. “Nós esperamos das pessoas de origem turca que vivem há tempos na Alemanha que desenvolvam um alto grau de lealdade a nosso país”, Merkel disse em entrevista ao jornal Ruhr Nachrichten. Segundo ela, o governo tenta manter os ouvidos abertos para ouvir as preocupações dessa população e segue em contato com organizações de imigrantes.

Em 31 de julho, cerca de 40 mil pessoas se manifestaram em Colônia para denunciar o fracassado golpe ocorrido na Turquia e demonstrar apoio ao presidente turco, Recep Tayyip Erdogan. Ainda que a manifestação tenha sido pacífica, o episódio causou estranhamento para alguns na Alemanha.

Com duas eleições estaduais previstas para o próximo mês e a eleição geral em 2017, alguns políticos do bloco conservador de Merkel pedem uma reavaliação das regras aprovadas em 2014 que facilitaram que crianças imigrantes mantenham dupla cidadania. Essa mudança afeta em grande medida a comunidade turca que vive na Alemanha.

Merkel disse que todos que vivem na Alemanha têm liberdade de expressão e para se manifestar, mas é preciso lidar de maneira pacífica com as diferenças de opinião. Ainda que a coalizão dela tenha afrouxado regras sobre a dupla cidadania, a chanceler já afirmou que não pretende liberalizar mais essas normas. Fonte: Associated Press.

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