A oposição venezuelana se compromete a manter a pressão sobre o presidente Nicolás Maduro após uma grande manifestação nas ruas de Caracas na quinta-feira, a maior demonstração de força oposicionista em anos no país.
Ontem, centenas de milhares de pessoas se posicionaram contra o governo e pressionaram por um referendo revogatório. Antes do protesto, o regime prendeu vários ativistas importantes e reforçou a segurança, além de alertar para o risco de um banho de sangue. Um pequeno grupo de manifestantes lançou pedras contra os policiais e a força de segurança usou gás lacrimogêneo para dispersar esse grupo e prender alguns jovens.
Maduro participou de uma manifestação menor favorável ao governo. Segundo ele, há uma tentativa de golpe no país, que teria sido derrotado na quinta-feira.
O analista político Dimitris Pantoulas diz que a linguagem belicosa do presidente pode na verdade ter animados os opositores, que poderiam em vez de se manifestar ficar de folga ou, em momento de crise, seguir nas filas em busca de alimentos. “O governo cometeu um grande erro ao colocar lenha na fogueira”, avaliou.
A oposicionista Aliança Democrática afirmou que planeja mais dois protestos nas ruas, um deles em 14 de setembro, que coincide com a chegada de chefes de Estado para um encontro do Movimento dos Não Alinhados que ocorre em Isla Margarita, no Caribe.
Os contrários ao governo pressionam pela realização de um referendo revogatório. Caso Maduro perca, haveria novas eleições. Se o voto ocorrer somente depois de 10 de janeiro, porém, o vice-presidente cumpriria o restante do mandato, até 2019. Autoridades eleitorais ainda não estabeleceram a data para o próximo estágio do complexo processo eleitoral. Fonte: Associated Press.