O Departamento de Justiça dos Estados Unidos está investigando ações de um ex-administrador de sistemas do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), suspeito de abusar de privilégios de acesso e pode ter causado uma falha do sistema de tecnologia de informações, de acordo com fontes familiarizadas ao assunto.
Nos últimos meses, o conselho de dirigentes do Fed em Washington referiu-se ao assunto com o Departamento de Justiça, que está sendo considerado se tratar de um caso criminal, segundo as fontes.
O movimento segue a detecção de mais de mais de 50 violações de computadores entre 2011 e 2015. Em diferentes ocasiões durante esse período, o Fed comprava grandes quantidades de bônus, inchando seu balanço para um tamanho sem precedentes, em um esforço para estimular a economia após a crise financeira.
Algumas das violações daquele período foram tentativas de invasão e várias foram relatadas à Equipe de Prontidão de Emergência de Computadores, um ramo de um grupo do Departamento de Segurança Interna (DHS, na sigla inglês). Um porta-voz do DHS se recusou a comentar.
Documentos internos do Fed divulgados em junho, em resposta a um pedido de liberdade do acesso à informação, mostrou que dezenas de ciberataques no banco central incluíam quatro atos descritos como espionagem e outros atos de acesso não autorizado, divulgação de informações, fraude e conduta maliciosa. Não ficou claro se algum dinheiro foi roubado.
O funcionário envolvido no caso não trabalha mais para o Fed, de acordo com as fontes, e os detalhes sobre como os oficiais federais esperam resolver o caso não são conhecidos. Também não se sabe como os sistemas foram afetados. Representantes do Departamento de Justiça e do Fed se recusaram a comentar.
O Fed lida com várias informações que podem movimentar os mercados e suas decisões afeta trilhões de dólares em moedas, bônus e outros ativos no mundo todo e também administra contas ao lado de bancos centrais estrangeiros.
A vigilância independente do banco central, o Escritório do Inspetor Geral, foi informado sobre as questões envolvendo o ex-administrador de sistemas do Fed, segundo uma pessoa próxima. Também não houve comentários de algum porta-voz do Inspetor Geral.
A investigação do Departamento de Justiça vem em um momento em que legisladores estão explorando as circunstâncias acerca de um roubo de US$ 81 milhões do Banco Central do Bangladesh e, uma conta no Federal Reserve de Nova York.
Os responsáveis pelo caso de Bangladesh não foram identificados, mas o país asiático está tentando recuperar o dinheiro com a ajuda de autoridades do Fed. A unidade do Fed de Nova York disse que seus próprios sistemas não foram comprometidos, e mudou certas práticas no departamento de manutenção de conta desde o roubo. Fonte: Dow Jones Newswires.