Milhões de marroquinos votam nesta sexta-feira, com o temor diante do desemprego e do extremismo em foco para os eleitores. Escândalos e ataques frustrados que podiam ter ocorrido no dia da eleição marcaram a campanha no país do norte africano, um aliado dos Estados Unidos visto como um modelo de estabilidade e relativa prosperidade regional.
As principais forças na disputa são o islâmico moderado Partido Justiça e Desenvolvimento (PJD) e uma sigla rival vista como próxima do palácio real. O palácio se comprometeu a afrouxar seus controles sobre a política marroquina após os protestos da Primavera Árabe, há cinco anos, mas ainda controla boa parte das principais decisões.
“Está nas mãos de Deus agora”, disse o primeiro-ministro Abdelilah Benkirane após votar em Rabat. Ele lidera um governo de coalizão com vários partidos de diferentes ideologias.
O PJD enfrenta uma dura competição do Partido da Autenticidade e da Modernidade, visto como próximo do palácio. A sigla foi fundada em 2008 por Fouad Ali El Himma, amigo de infância do rei Mohammed VI e atualmente conselheiro real.
A eleição desta sexta-feira determinará que partido comandará o governo e também a composição da Câmara dos Representantes, que tem a palavra final sobre a legislação no Marrocos. O órgão tem 395 vagas. Quase 7 mil candidatos concorrem em 92 distritos eleitorais, mas espera-se que os resultados definitivos saiam no sábado.
Com alto desemprego e um índice de analfabetismo relativamente alto, o Marrocos é um território fértil para o recrutamento de extremistas. Estima-se que até mil marroquinos tenham se unido ao Estado Islâmico no Iraque e na Síria. Na segunda-feira, autoridades desmantelaram uma célula terrorista com dez membros formada inteiramente por mulheres com laços com o grupo extremista. Autoridades disseram que o grupo pretendia atacar no dia da eleição.
Além da segurança, a fraqueza econômica do país é uma preocupação dos eleitores, como o desemprego dos jovens e a grande dívida externa. Mais de 15,7 milhões de marroquinos podem votar. Cerca de 4 mil observadores do país e do exterior monitoram o processo. Fonte: Associated Press.