O presidente do Banco da Inglaterra (BoE), Mark Carney, está sob ataque dos apoiadores da saída do Reino Unido da União Europeia, enquanto ele decide quanto tempo ficará no cargo em um momento crítico para o país.
Carney é elogiado pelos que defendem que sua resposta rápida e competente ao resultado do referendo em junho evitou um maior pânico no mercado, que poderia desestabilizar a economia global. Mas ele também enfrenta hostilidade de alguns setores políticos, ecoando uma onda de críticas contra os bancos centrais ao redor do mundo. As suas advertências pré-referendo sobre o custo potencial de sair da UE enfureceram vários legisladores pró-Brexit, muitos dos quais querem vê-lo deixar a presidência do BoE.
Daniel Hannan, membro do Parlamento Europeu e ativista de longa data pelo Brexit, disse em sua conta no Twitter neste domingo que Carney deveria renunciar. “Ele politizou sua gestão de forma indesculpável”, afirmou. Pedidos de renúncia de Carney também vieram de Jacob Rees-Mogg, um membro proeminente do Partido Conservador, e Nigel Lawson, que atuou como secretário do Tesouro no governo de Margaret Thatcher.
Carney prometeu ao governo que vai decidir antes do fim do ano se deixará o cargo em meados de 2018, como estava inicialmente previsto, depois de cinco anos, ou se ficará mais três anos para completar um mandato completo de oito anos como presidente do BOE.
Se a primeira-ministra Theresa May apresentar uma janela de dois anos para as negociações de saída da UE antes do final de março, como prometeu, isso significa que Carney poderia sair antes que o país se retire formalmente do bloco. Alguns investidores dizem que uma partida num ponto crítico para o Reino Unido poderia minar a confiança na economia, sacudindo os já instáveis mercados financeiros.
Como resultado, a pressão sobre Carney está aumentando para acabar com a especulação sobre seu futuro com uma decisão em breve. Uma oportunidade virá nesta semana, quando ele deverá apresentar as mais recentes previsões do banco para o crescimento e a inflação na quinta-feira. “Estes são tempos de provação para o Reino Unido, e nós precisamos da estabilidade de um banco central forte e de um governo forte também”, disse Grant Peterkin, administrador de fundos da Lombard Odier Investment Partners. Fonte: Dow Jones Newswires.