O chefe do Executivo de Hong Kong, Leung Chun-ying, disse nesta sexta-feira que não buscará um segundo mandato. A decisão surpreende, apesar de ele ser um líder bastante impopular, e pode impulsionar o crescente ressentimento na cidade contra o domínio da China.
Falando a repórteres, Leung, de 62 anos, disse que precisava ficar mais tempo com a família. Segundo ele, a decisão não foi influenciada por seu desempenho no posto.
Leung, que nunca ganhou amplo apoio da população, era visto por políticos locais como excessivamente leal à China. Ele mantém um discurso linha-dura contra a oposição que deseja democracia no território.
O chefe do Executivo disse nesta sexta-feira que o governo central chinês foi informado da decisão e que Pequim entendeu as razões dele. Leung tornou-se uma figura polêmica durante os protestos que interromperam áreas da cidade em 2014 e representava um grande desafio para o controle chinês sobre a ex-colônia britânica.
“Isso é uma surpresa”, comentou Dixon Sing, professor associado de Ciência Política da Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong, referindo-se à decisão. Leung era muito impopular com a comunidade empresarial da cidade, que dizia desejar qualquer candidato exceto ele para as próximas eleições, em março.
Leung foi eleito em 2012 por um comitê de 1.200 membros com membros em sua maioria favoráveis a Pequim e aos negócios. Ele venceu, porém, após o favorito na disputa ser atingido em uma série de escândalos. Fonte: Dow Jones Newswires.