Os homicídios aumentaram 22% em 2016 no México, na comparação com o ano anterior, e atingiram um nível não visto desde as piores épocas do combate ao narcotráfico no país. Dados oficiais divulgados nesta sexta-feira apontaram que em todo o território mexicano foram assassinadas 20.789 pessoas, cifra somente superada em 2011 e 2012, quando houve picos de violência nos combates contra os cartéis das drogas.
As estatísticas interrompem a tendência de baixa registrada desde o início da presidência de Enrique Peña Nieto e são um sinal de alerta sobretudo em alguns Estados onde o salto foi espetacular, como Colima, no Pacífico, onde os homicídios dolosos cresceram 259%, ou Veracruz, onde eles dobraram.
O analista Alejandro Hope disse que a alta registrada em 2016 é a maior desde 2010, quando houve um avanço de 28%. O maior número total é o de 2011, com 22.852 mortos. Hope diz que os motivos podem ser a fragmentação dos cartéis, a retomada dos conflitos entre os cartel de Sinaloa e o de Jalisco Nueva Generación, que está cada vez mais forte, ou o fato de que em 12 Estados houve mudança de governo.
O especialista explica que nos períodos de transição há um vazio de poder, “quando os chefes de polícia de saída já não são dignos de crédito para os delinquentes, já não podem fazer compromissos com eles e os novos ainda não estão operando para fazer algum tipo de acerto”. Fonte: Associated Press.