Ministros de Finanças globais minimizaram diferenças com relação ao livre comércio com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmando que há um amplo consenso de que a globalização proporciona um crescimento econômico mais forte.
Mas autoridades que participaram das reuniões do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional advertiram que muitas pessoas foram deixadas para trás em um momento em que a concorrência com base em baixos salários e a automação têm reduzido os empregos em fábricas nas economias mais ricas do mundo.
Se novas medidas não forem tomadas, “veremos mais protecionismo e países recuando da globalização”, disse Wolfgang Schaeuble, ministro das Finanças da Alemanha, após a reunião dos ministros das finanças e dos banqueiros centrais do G-20, que representa as maiores economias globais. A Alemanha está presidindo o grupo este ano. Em entrevista coletiva na sexta-feira, Schaeuble havia evitado perguntas sobre se outras autoridades do G-20 expressaram preocupações com a retórica de comércio de Trump.
O ministro das Finanças do Japão, Taro Aso, disse a repórteres que “o princípio básico do livre comércio será sempre mantido”, porque os formuladores de políticas, mesmo nos Estados Unidos, percebem que é do interesse nacional.
O secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, reiterou o apelo ao FMI para fiscalizar os mercados monetários e advertir os países que subvalorizam suas moedas para ganhar uma vantagem injusta para os seus exportadores.
Aso, do Japão, elogiou Mnuchin como tendo uma melhor compreensão do livre comércio do que o seu predecessor Jacob Lew, que ele descreveu como um especialista mais em questões orçamentárias. Aso também observou que Mnuchin tem uma rota de comunicação direta com o presidente Trump e “uma boa compreensão do que é necessário”. Ele disse ainda que não há garantia de que um acordo comercial bilateral com o Japão seja melhor para os EUA do que a Parceria Transpacífico. Segundo ele, quanto mais países envolvidos, mais fácil é encontrar formas de “equilibrar os ganhos e as perdas”.
As autoridades financeiras do G-20 concordaram em geral sobre a perspectiva do FMI de que o crescimento global deve ganhar força este ano, ajudado por melhores condições nos Estados Unidos e na China, as duas maiores economias do mundo. Mas Schaeuble advertiu que os formuladores de políticas precisam se preparar para o fim da política monetária expansionista no mundo. Fonte: Associated Press.