A Procuradoria Geral da Venezuela acusou nesta segunda-feira um coronel da Guarda Nacional, Bladimir Lugo, por sua responsabilidade em violações aos direitos humanos de congressistas que foram supostamente agredidos por esse chefe militar. Encarregado da segurança do Congresso, Lugo foi convocado a comparecer ante a procuradoria em 13 de junho, informou em comunicado o Ministério Público.
A acusação é parte de uma investigação relacionada à violação de direitos humanos de “deputados e outros cidadãos” que tinham sido “agredidos fisicamente por esse funcionário”, acrescentou a nota. A acusação ocorre quase duas semanas após o presidente Nicolás Maduro condecorar o coronel, em uma aparente mostra de apoio à Guarda Nacional. Dois dias antes dessa homenagem, foi divulgado um vídeo no qual Lugo empurra o presidente da Assembleia Nacional, controlada pela oposição, e o obriga a retirar-se após se negar a dar explicações sobre um incidente no qual deputadas opositores teriam sido agredidas por subordinados do chefe militar.
Lugo tampouco permitiu que o presidente do Congresso, deputado Julio Borges, avaliasse o conteúdo de caixas que os militares colocaram de maneira irregular no escritório da Guarda Nacional no Palácio Legislativo, o que foi considerado uma “violação” da autonomia do local.
O coronel é alvo de críticas pelo desempenho da Guarda Nacional durante um confronto entre supostos partidários do governo, legisladores e trabalhadores no Palácio Legislativo na semana passada, que deixou 12 feridos. Em 5 de julho, dia da independência venezuelana, um grupo de manifestantes partidários do governo entrou no Congresso e agrediu vários deputados, funcionários e jornalistas. A Guarda Nacional acabou por retirar os manifestantes, mas eles antes disso ficaram mais de oito horas ali.
Segundo números oficiais divulgados nesta segunda-feira pela procuradoria, os protestos que ocorrem há mais de três meses deixaram 92 mortos, pelo menos 1.519 feridos e mais de 500 detidos.
Nesta segunda-feira, a oposição convocou um protesto para obstruir por oito horas as vias de Caracas e obstruir durante oito horas as vias de Caracas e de outros centros populosos, como parte dos protestos quase diários no país.
Em telefonema com Maduro, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, elogiou o líder venezuelano por sua “coragem e esforço” para manter a estabilidade e a paz no país. Putin ainda criticou os esforços internos e externos que desconhecem a ordem constitucional da Venezuela, segundo a chancelaria venezuelana. Rússia e Venezuela têm uma relação próxima, que inclui a cooperação em áreas de segurança e defesa, energia, agricultura, ciência e tecnologia e cultura. Fonte: Associated Press.