Semanas antes da conclusão de um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre empresas que operam nos assentamentos de Israel na Cisjordânia, tanto o governo israelense quanto a administração dos Estados Unidos, do presidente Donald Trump, estão trabalhando para impedir a publicação do documento.
Enquanto Israel faz críticas à ONU, autoridades americanas temem que a publicação possa ter consequências que afetem as empresas. Dezenas de grandes companhias israelenses, assim como multinacionais que fazem negócios em Israel, devem aparecer na “lista negra” da ONU. “Vamos fazer tudo o que pudermos para garantir que a lista não veja a luz do dia”, disse o embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, à Associated Press.
O Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas ordenou a compilação da base de dados em março de 2016 a fim de investigar “as implicações dos assentamentos israelenses em territórios reivindicados pelos palestinos”. A comunidade internacional considera, de forma predominante, que os assentamentos, construídos em terras ocupadas reivindicadas pelos palestinos, são ilegais. Israel rejeita as reivindicações, citando o significado estratégico e religioso da terra. Para o país, o assunto deve ser resolvido nas negociações de paz.
Autoridades israelenses afirmam que cerca de 100 empresas locais que operam na Cisjordânia e em Jerusalém Orientam receberam cartas de advertência que estarão na lista. Além disso, cerca de 50 empresas internacionais, principalmente americanas e europeias, também foram avisadas sobre o assunto. As companhias não foram identificadas publicamente, mas uma pessoa com conhecimento do assunto disse que incluíam bancos israelenses, cadeias de restaurantes, supermercados, linhas de ônibus e empresas de segurança, bem como gigantes internacionais que fornecem equipamentos para a construção ou manutenção dos assentamentos. Fonte: Associated Press.