O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, afirmou nesta sexta-feira que seu país e os Estados Unidos chegaram a um acordo para “normalizar” as relações. A declaração foi dada a repórteres após reunião com o secretário de Estado americano, Rex Tillerson, na qual ambos concordaram em estabelecer “mecanismos” para tentar resolver uma série de divergências bilaterais.
A Turquia discorda, por exemplo, do plano de Washington de apoiar militantes curdos e os militares turcos também têm realizado operações militares em áreas curdas no norte da Síria. Na noite da quinta-feira, Tillerson se reuniu com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, durante mais de três horas, em um encontro qualificado como produtivo, mas inconclusivo.
Cavusoglu disse que os EUA não prometeram a retirada de militantes curdos da região síria de Manbij. Segundo o ministro turco, porém, uma relação baseada na confiança com Washington só pode começar após esses militantes deixarem a área.
Tillerson, por sua vez, disse que “ainda há muito trabalho a ser feito” para lidar com as divergências. Segundo ele, os EUA e a Turquia trabalharão para que ambos saibam de maneira mais detalhadas onde estão localizadas as forças no distrito de Afrin, no norte sírio. Os EUA e a Turquia “não irão mais agir sozinhos”, prometeu Tillerson, lembrando que os dois países manterão nova reunião nas próximas semanas.
Os EUA veem os militantes curdos como aliados na luta contra o Estado Islâmico. O governo de Ancara, porém, considera esses militantes “terroristas” e ligados a rebeldes curdos que lutam dentro do território turco.
Além disso, a campanha militar turca no norte da Síria alarma autoridades dos EUA, que veem nisso uma perda do foco que deveria estar em acabar com os bastiões restantes do Estado Islâmico. A Turquia deseja ainda a todo custo evitar a formação de um Estado curdo em parte de seu território e da Síria. Fontes: Dow Jones Newswires e Associated Press.