A decisão do presidente Donald Trump de impor tarifas sobre importações de aço e alumínio provocou um senso de rara urgência entre deputados e senadores do Partido Republicano, que estavam acostumados a ignorar as idas e vindas do mandatário em temas como imigração e controle de armas.
Desta vez, no entanto, os republicanos correm para tentar convencer o presidente que uma guerra comercial pode fazer secar os recentes avanços da economia norte-americana.
O tema é complicado. As promessas protecionistas de Trump datam de sua campanha para a presidência, mas se chocam contra a mentalidade ortodoxa a favor do livre comércio do partido, bem como interesses de grandes empresários. No entanto, ao contrário da imigração e outros temas, que precisam de autorização do Congresso para serem modificados, a política comercial depende apenas da caneta do presidente.
O presidente da Câmara, deputado Paul Ryan, telefonou para a Casa Branca após o anúncio e disse esperar que Trump reconsidere a decisão de impor novas tarifas. Já o presidente do Comitê da Câmara responsável pela elaboração tributária, Kevin Brady, foi à televisão tentar demover Trump de seu intento.
“O presidente ainda não publicou essas medidas”, Brady afirmou à Fox News na quinta-feira. “Ele continua buscando opiniões.”
Embora a Casa Branca tenha caído nas graças dos congressistas republicanos por não rejeitar pedidos de audiência, muitos temem que Trump aja mesmo sem seu apoio. Para tentar reduzir o potencial destrutivo da medida, alguns tentam fazê-lo tornar a medida mais focada em determinados países, isentando outros que podem ter uma política comercial considerada “justa”.
“Estamos todos pedindo ao presidente que foque as tarifas apenas aos produtos vendidos de maneira não justa”, disse Brady. Fonte: Associated Press.