O secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, Boris Johnson, disse neste Domingo que o país tem evidências de que a Rússia passou a ultima década desenvolvendo agentes nervosos secretamente para usar em assassinatos. De acordo com ele, isso seria uma violação a tratados internacionais que proíbem armas químicas.
“Temos provas de que a Rússia está investigando a entrega de agentes nervosos e criou e armazenou Novichok”, disse Johnson em entrevista à BBC, referindo-se ao veneno que as autoridades britânicas dizem que foi usado na tentativa de assassinato do ex-espião russo Sergei Skripal.
A declaração de Johnson marca a mais recente escalada em uma crise diplomática entre Londres e Moscou. Skripal e sua filha, Yulia, ficaram gravemente doentes depois de serem encontrados caídos no banco de um parque na cidade inglesa de Salisbury no início deste mês. Os Estados Unidos, a França e a Alemanha se juntaram ao Reino Unido para culpar Moscou pelo ataque, que também deixou um policial ferido.
Em um comunicado, o Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido disse que suas informações indicam que a Rússia produziu e armazenou a Novichok “na última década” como parte de um programa para desenvolver maneiras de usar agentes nervosos em assassinatos, em violação à Convenção sobre Armas Químicas”. Ele não elaborou sobre a natureza ou origem das investigações. A Rússia nega estar por trás da tentativa de assassinato de Skripal.
O embaixador da Rússia na União Europeia, Vladimir Chizhov, disse neste domingo que a Rússia não teve nada a ver com os eventos em Salisbury. Em entrevista à BBC, Chizhov comentou que Moscou nunca produziu a Novichok e parou de produzir armas químicas em 1992. Ele afirmou, ainda, que a única maneira pela qual as autoridades britânicas poderiam ter identificado o agente nervoso usado no envenenamento tão rapidamente seria se tivessem amostras próprias. Fonte: Dow Jones Newswires.