O presidente da Câmara dos Comuns do Reino Unido, o conservador John Bercow, marcou para a sessão parlamentar desta terça-feira um debate de emergência sobre alegações de que o grupo Vote Leave, favorável ao Brexit, teria excedido o limite legal de gastos na campanha para o plebiscito sobre a saída britânica da União Europeia (UE).
Bercow atendeu ao pedido do parlamentar do Partido Liberal Democrata Tom Brake, que depois escreveu em sua conta no Twitter que “o argumento a favor de uma votação sobre o acordo (do Brexit) e de uma reversão do Brexit está agora ainda mais forte”.
O assunto chega à pauta do Parlamento britânico após um ex-voluntário do Vote Leave e do grupo estudantil BeLeave (também favorável ao Brexit), Shahmir Sanni, vir a público com as acusações no último sábado. Hoje, ele se juntou em uma coletiva de imprensa ao ex-funcionário da Cambridge Analytica Christopher Wylie, que revelou práticas irregulares da consultoria durante a campanha eleitoral dos Estados Unidos em 2016, para apresentar documentos que comprovariam a conduta ilegal do Vote Leave.
Sanni e Wylie afirmam que o grupo registrou uma doação de 625.000 libras esterlinas ao BeLeave, mas teria enviado os recursos diretamente à consultoria Aggregate IQ, que tem vínculos com a Cambridge Analytica. As regras de campanha limitavam os gastos a 7 milhões de libras por grupo e, de acordo com Sanni, o Vote Leave fez a doação justamente por já estar próximo ao limite nas últimas semanas antes do referendo.
Os documentos foram remetidos pela advogada que representa Sanni, Tamsin Allen, à Comissão Eleitoral do Reino Unido. Em novembro de 2017, a instituição já havia reaberto uma investigação sobre os gastos do Vote Leave na campanha a favor da saída britânica da União Europeia. (Com informações da Associated Press)