Internacional

Só Itália ajudou ONU em fundo para Brasil receber venezuelanos

Se o fluxo de refugiados e imigrantes venezuelanos pela América Latina é considerado como um dos processos mais críticos na região, a realidade é que a comunidade internacional tem ignorado os apelos por recursos lançados pela ONU para enfrentar o drama de milhares de pessoas.

Governos estrangeiros realizaram doações de apenas 0,6% do orçamento que a ONU estima necessário em um primeiro momento para lidar com a crise de refugiados na região. A entidade fez um chamado no início do ano para que um pacote de US$ 46 milhões fosse destinado aos refugiados que cruzam a fronteira com o Brasil. Na semana passada, a entidade estimou que 800 deles entram no País por dia.

O único governo a enviar uma doação foi a Itália, com US$ 296 mil. Além desse valor, empresas e doadores privados destinaram mais US$ 2,3 milhões para os programas da ONU na fronteira entre Brasil e a Venezuela. Assim, a entidade arrecadou apenas 6% do total necessário e estima ter um déficit de financiamento de US$ 43,4 milhões.

Segundo as Nações Unidas, o governo brasileiro prometeu R$ 190 milhões para um orçamento separado para tratar da crise. “Estamos pedindo à comunidade internacional maior apoio ao Brasil, que tem sido generoso em sua resposta e precisa de mais apoio para melhorar a recepção, evitar a discriminação contra os venezuelanos e garantir a coexistência pacífica”, disse a ONU, em comunicado.

Desde o início de 2017, mais de 52 mil venezuelanos chegaram ao Brasil. “A Agência de Refugiados da ONU (Acnur) e as autoridades brasileiras estão cada vez mais preocupadas com os crescentes riscos enfrentados pelos venezuelanos que vivem nas ruas, incluindo a exploração sexual e a violência”, continuo o texto.

“Para atender as necessidades e atenuar esses riscos, dois novos abrigos em Boa Vista foram abertos nas últimas duas semanas”, indicou a ONU. “Cada novo abrigo tem capacidade para acolher 500 pessoas, sendo que já estão com sua capacidade quase completa”, alertou.

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