Durante uma série de conversas particulares no começo do ano passado, o presidente dos EUA, Donald Trump, conversou com o ex-diretor do FBI James Comey sobre suas preocupações a respeito do julgamento de um dos seus conselheiros, perguntou sobre a possibilidade de prender jornalistas e descreveu a ostentação de Vladimir Putin sobre prostitutas russas. Essas informações foram reveladas pelas anotações de Comey, obtidas pela agência Associated Press na noite de quinta-feira, 19.
No total, são 15 páginas de documentos que contêm detalhes sobre diversas interações entre o presidente americano e o ex-diretor, que as considerou importantes o suficiente para registrá-las. Foram sete encontros nas semanas anteriores à demissão de Comey em maio de 2017, dentre eles uma discussão sobre as alegações envolvendo Trump e prostitutas em Moscou; um jantar na Casa Branca, quando Comey afirma que Trump lhe pediu lealdade; e uma discussão no Salão Oval, quando o presidente teria dito ao ex-diretor que encerrasse a investigação sobre Michael Flynn, seu ex-conselheiro de segurança nacional.
A existência dos documentos foi revelada no ano passado e a interação entre Trump e Comey constitui parte fundamental da investigação do procurador especial Robert Mueller sobre a possível tentativa do presidente de obstruir a Justiça durante a investigação de um suposto conluio de sua campanha com agentes russos durante a campanha eleitoral de 2016. Ainda na quinta-feira, ele tuitou que os memorandos “mostram claramente que não houve CONLUIO e nenhuma obstrução”.
Na manhã desta sexta-feira, 20, Trump voltou a publicar no Twitter, lamentando que a vida de Flynn tenha sido “totalmente destruída” depois que ele se declarou culpado por mentir ao FBI sobre seus contatos com o embaixador russo, “enquanto o sombrio James Comey pode vazar (informações), mentir e ganhar muito dinheiro com um livro de terceira categoria (que nunca deveria ter sido escrito)”. (Fonte: AP)