O presidente nicaraguense Daniel Ortega aceitou no sábado iniciar um diálogo sobre as reformas da seguridade social que causaram, por quatro dias consecutivos, manifestações e confrontos. Segundo um organização dos direitos humanos, o conflito deixou pelo menos 25 mortos. Um jornalista que cobria os protestos também morreu.
O anúncio do presidente da cadeia nacional causou uma nova onda de violência nas ruas de diferentes áreas do país, já que limitava o diálogo somente com o setor empresarial e não com outros setores sociais e acusava os manifestantes, principalmente jovens universitários, de não saber as razões pelas quais eles lutam, porque são manipulados por setores políticos.
“O Cosep (setor privado) propôs retomar o diálogo e estamos totalmente de acordo com a retomada do diálogo, pela paz, pelo trabalho e para que não haja mais terror para as famílias nicaraguenses”, disse Ortega.
Em sua primeira aparição em público desde o início das manifestações, Ortega disse que “algumas minorias” estão manipulando a população para criar o caos e que eles até mesmo incorporaram membros de gangues nos protestos e que são eles que foram reprimidos pelas autoridades policiais. “Eles incorporam membros de gangues aos protestos dos meninos e criminalizam o protestos; é por isso que eles os colocam em risco”, comentou.
O discurso fez milhares de pessoas voltarem às ruas em Manágua, León, Matagalpa, Masaya, Granada, Carazo e Estelí, regiões que têm estado em manifestação permanente contra as reformas.