Os líderes da China e da Índia enfatizaram a importância de estreitar laços entre os dois países durante encontro realizado neste sábado, num sinal de redução da rivalidade entre as nações pela liderança asiática. Em uma reunião informal na cidade chinesa de Wuhan, o presidente chinês Xi Jinping disse ao primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, que as relações sólidas China-Índia “são um fator importante para a paz global e a estabilidade”. Os dois gigantes asiáticos devem “engajar-se em uma comunicação estratégica ainda mais próxima”, disse Xi, segundo a agência oficial chinesa Xinhua.
Por meio das mídias sociais, Modi disse que as discussões sobre o chá foram produtivas e que uma “forte amizade Índia-China é benéfica para o povo de nossas nações e o mundo inteiro”. As conversas envolveram questões econômicas, agricultura, tecnologia, energia e turismo, disse Modi em sua conta no Twitter.
A reunião foi realizada em meio a tensões sobre a disputada fronteira China-Índia e uma rivalidade pela influência em países menores da região. As relações entre os dois países existem há séculos, mas os últimos anos têm sido caracterizado pela competição pela liderança na Ásia.
Os países travaram uma guerra de fronteira em 1962 e no ano passado se envolveram em um período de 10 semanas de impasse. Nova Delhi também se assustou com as iniciativas da China para construir laços com nações do Oceano Índico, incluindo o rival de longa data da Índia, o Paquistão.
Pequim, por sua vez, se ressente pelo fato de a Índia ter acolhido o líder espiritual tibetano exilado Dalai Lama, e pelo controle de território que Pequim diz pertencer à China.
Após o impasse mais prolongado em anos, a Índia concordou no ano passado em retirar tropas do disputado Doklam Plateau no alto do Himalaia, onde tropas chinesas começaram a construir uma estrada. A China reivindica a região estrategicamente importante, mas a Índia diz que pertence ao aliado Butão.
Apesar dessas diferenças, Modi espera que a China possa ajudar a impulsionar o crescimento da economia indiana antes das eleições nacionais do próximo ano. Ele também parece disposto a construir um forte relacionamento pessoal com Xi, que será o líder da China nos próximos anos, após a mudança dos limites do mandato da presidência.
No entanto, a administração de Modi tem sido notavelmente relutante em se engajar com a iniciativa chinesa “Belt and Road” ligando sua economia às da Ásia, Oriente Médio, África e Europa por meio de empréstimos e investimentos maciços.
Modi viajará novamente à China em junho para uma cúpula dos oito membros da Organização para a Cooperação de Xangai, que é dominada por Pequim e Moscou. Juntamente com a China, a Rússia e a Índia, esse grupo inclui países da Ásia Central como Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão e Usbequistão, além do Paquistão.
Fonte: Associated Press