O dólar volta a opera em alta no mercado doméstico. Além da realização de lucros nas bolsas internacionais em meio a preocupações com a recuperação global após o aumento de casos de coronavírus nos EUA e uma piora das projeções do PIB da zona do euro, os investidores precificam sinais do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de que a Selic pode ter novo corte residual. Há expectativas ainda sobre o estado de saúde de Jair Bolsonaro.
É aguardado para as próximas horas o resultado do exame de covid-19 do presidente que, nos últimos 14 dias encontrou-se com autoridades estrangeiras, como o embaixador dos Estados Unidos no Brasil no último sábado, e com vários ministro.
Somente com o ministro da Economia, Paulo Guedes, Bolsonaro – que não costuma manter o uso de máscara nem em eventos públicos – esteve reunido ao menos sete vezes nesse período.
Em entrevista à <i>Record News</i> na segunda-feira à noite, Campos Neto afirmou acreditar na política monetária e enfatizou que "nas comunicações recentes do BC existe algum espaço residual, apesar de pequeno, para flexibilizá-la". Mesmo assim, Campos Neto mostrou otimismo ao dizer que a autarquia vê a recuperação econômica da crise do coronavírus em formato mais acelerado do que o visto anteriormente.
Mais cedo, a FGV divulgou uma melhora marginal na expectativa sobre o mercado de trabalho. O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) subiu 14 pontos na passagem de maio para abril, para 56,7 pontos. A alta é, contudo, insuficiente para recuperar as perdas recentes, provocadas pela crise da covid-19. A elevação acumulada em maio e junho recuperou apenas 33% das perdas registradas em março e abril.
Às 9h25, o dólar à vista subia 0,36%, a R$ 5,3712. O dólar futuro para agosto avançava 0,23%, a R$ 5,3780.