O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, afirmou nesta sexta-feira que o único método para os Estados-membros da União Europeia lidarem com o atual impasse imigratório é “parar ou reduzir a imigração ilegal nas fronteiras externas” do bloco. Esse foi o principal tema do encontro que reuniu os principais líderes da UE ontem e hoje em Bruxelas, Bélgica, e culminou em um acordo baseado no enrijecimento do controle da entrada e do trânsito de imigrantes em território europeu.
Ao lado de Tusk na coletiva de imprensa estava o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, que explicitou o apoio do Conselho às suas propostas de reforçar a agência encarregada das fronteiras externas da UE, a Frontex, e de prover o centro de refugiados na Turquia apoiado pelo Executivo da UE com mais recursos financeiros.
“Temos de fortalecer nossa fronteira europeia e a guarda costeira. Minha proposta aumentar o número de oficiais europeus nas fronteiras externas (dos atuais 2,8 mil) para 10 mil em 2020 foi recebida com amplo apoio do Conselho”, declarou o luxemburguês.
Tusk delineou ainda três sugestões suas aceitas pelos líderes dos Estados-membros, entre elas a constituição de plataformas de desembarque “fora da Europa” para receber estrangeiros resgatados de embarcações em operações de busca e resgate e distingui-los entre “imigrantes econômicos e refugiados genuínos”. O objetivo, explicou, é coibir o transporte clandestino de imigrantes pela rota do Mar Mediterrâneo.
Além disso, o presidente do Conselho Europeu anunciou uma expansão do apoio financeiro da UE à guarda costeira da Líbia, de onde têm partido muitos imigrantes. “Mandamos uma mensagem clara a todas as embarcações, incluindo aquelas de ONGs, operando no Mediterrâneo, de que elas têm de respeitar a lei e não podem obstruir a operação da guarda costeira líbia.”