A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, reiterou nesta segunda-feira em sessão do Parlamento britânico que o seu governo apresentará na semana que vem o chamado “Livro Branco”, relatório com detalhes sobre como deverá ser a relação com a União Europeia após o Brexit. Na sexta-feira (6), reafirmou a conservadora, seu gabinete fará uma reunião para debater e decidir as condições que serão incluídas no documento.
Respondendo a perguntas tanto de colegas de partido quanto de parlamentares trabalhistas, May garantiu permanecer “comprometida” com um acordo que evite uma fronteira “dura” entre a República da Irlanda, que integra a UE, e a Irlanda do Norte, em referência à possibilidade de se instituir um controle alfandegário na divisa dos países. “Vamos, sim, deixar a união aduaneira (da UE)”, estressou a premiê em face a alegações de que não seria possível cumprir ambas as promessas.
Ainda sobre essa questão, a conservadora defendeu que, se não houver um acordo com a UE, o Reino Unido decidirá por conta própria como resolver o impasse fronteiriço na ilha que engloba as duas nações irlandesas. E acrescentou: “Quero assegurar que não precisemos recorrer a um regime aduaneiro emergencial.” Nos diálogos entre Londres e Bruxelas, é discutido o formato de uma medida para a divisa aduaneira com a República da Irlanda que seria acionada se não houvesse consenso entre as duas partes sobre seu funcionamento após o Brexit.
Por fim, confrontada com possíveis danos que a arrastada negociação da saída britânica da UE esteja causando à economia do Reino Unido, May apontou que “empregos e prosperidade virão com os acordos comerciais que seremos livres para fazer” com a conclusão do processo de separação.
“Estamos prontos para acelerar as negociações. A UE deveria estar também”, alfinetou a primeira-ministra, sugerindo indisposição de Bruxelas para resolver definitivamente os obstáculos ao acordo final do Brexit.