O presidente do Zimbábue, Emmerson Mnangagwa, culpou os partidários da oposição pela violência na capital, que começou com protestos contra os resultados eleitorais parlamentares divulgados nesta quarta-feira, 1º, e terminou em confrontos, com as forças armadas lançando gás lacrimogêneo e atirando contra os manifestantes. Ao menos três pessoas foram mortas.
Em declaração divulgada pela mídia estatal, Mnangagwa disse que a oposição, do candidato Nelson Chamisa, é a responsável pelo caos “que deve atrapalhar o processo eleitoral”.
O partido de oposição Movimento pela Mudança Democrática (MDC) afirmou estar “chocado” com o que aconteceu na capital Harare. Um porta-voz do MDC disse que o grupo está preocupado. “Estamos seriamente querendo saber o que isso significa. Estamos em guerra?” A oposição ressaltou que condena a violência, em todas as suas formas.
O MDC e os grupos de observadores internacionais pediram que o resultado da eleição presidencial seja divulgado o mais rápido possível. A Comissão Eleitoral do Zimbábue disse que os resultados serão apresentados nesta quinta-feira, 2.
Uma ação de segurança foi colocada em prática depois que Exército e polícia ocuparam as ruas da capital para dispersar centenas de manifestantes. Segundo a porta-voz da polícia, Charity Charamba, o Exército foi convocado porque as forças policiais eram “incapazes de lidar” com a multidão.
Charity também acusou os manifestantes de “destruição maciça de propriedade”. Enquanto isso, muitos zimbabuanos expressaram choque diante do fato de que os militares utilizaram munição contra a população desarmada.
Até o momento, três mortes foram confirmadas. Um dos corpos foi identificado como o de Ishmeil Kumeni, de 42 anos. Ele era um vendedor de rua e foi baleado.
Segundo o presidente do grupo Médicos de Zimbábue pelos Direitos Humanos, Brighton Chizhande, uma das mortes foi causada por um ferimento a bala próximo do coração, e relatos de outras quatro possíveis mortes são acompanhados.