Uma segunda leva de sanções norte-americanas contra Moscou, seguindo as imposições anunciadas na última semana – que fizeram o rublo russo cair para o nível mais baixo em dois anos -, poderia afetar de modo muito mais duro a economia da Rússia e levar a uma deterioração das relações já tensas entre os dois países.
Se as sanções forem ampliadas para contemplar os principais bancos estatais da Rússia, congelando suas transações em dólares, isso equivaleria a uma “declaração de guerra econômica”, disse ontem o primeiro-ministro russo, Dmitry Medvedev.
Na última quarta-feira, o governo norte-americano anunciou sanções à Rússia por causa do ataque com um agente bioquímico que afeta o sistema nervoso contra o ex-espião russo Sergei Skripal e a sua filha Yulia no Sudoeste da Inglaterra, em março. Washington afirma que Moscou violou uma proibição internacional ao uso de armas químicas e biológicas.
Nessa primeira tranche de sanções, que deve entrar em vigor em 22 de agosto, serão negadas licenças de exportação à Rússia de diversos produtos associados à segurança nacional, como turbinas a gás e outros equipamentos.
Se o efeito dessas medidas iniciais é relativamente limitado, a situação pode piorar daqui três meses. A Rússia tem um prazo de 90 dias para providenciar garantias de que não usará armas químicas no futuro e permitir inspeção. Se Moscou não cumprir com a determinação, Trump devera aplicar uma nova leva de sanções. Entre as opções, estão restrições mais amplas em exportações e importações e a proibição de que bancos norte-americanos concedam empréstimos ao governo russo. Essas medidas poderiam ter significativo impacto sobre a economia e efeito desestabilizador nos mercados.