O presidente eleito dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden, e o presidente republicano, Donald Trump, planejam comemorações do Dia de Ação de Graças discretas em casa, como milhões de americanos, enquanto a pandemia de coronavírus se alastra no país.
O ex-vice-presidente Biden passa o feriado na pequena cidade litorânea de Rehoboth, no Delaware, onde ele e a mulher, Jill, têm uma casa de férias. Os Biden devem receber a filha, Ashley Biden, e seu marido, Howard Krein, para a ceia de Ação de Graças.
Este ano será uma exceção rara da tradição de décadas dos Biden de se reunirem com a família completa no dia de Ação de Graças, normalmente na ilha de Nantucket, no litoral do Massachusetts. Em um discurso pré-feriado feito na quarta-feira, 25, Biden disse que há 40 anos sempre viaja para o dia de Ação de Graças, exceto no ano posterior à morte de seu filho Beau, em 2015.
Ele aludiu a este luto no discurso de estilo presidencial a uma nação que já perdeu mais de 260 mil vidas ao coronavírus. "Lembro daquele primeiro dia de Ação de Graças (sem Beau), a cadeira vazia, o silêncio. Nocauteia você. É realmente difícil se importar. É difícil agradecer", contou.
Para Trump, esta quinta-feira foi muito diferente do ano passado, quando fez uma visita surpresa ao Afeganistão, encontrou-se com o presidente Ashraf Ghani e serviu peru a alguns soldados dos EUA antes de jantar com eles.
Trump gosta de comemorar feriados com frequência em sua estância de Mar-a-Largo, na Flórida, mas nesta quinta-feira, 26, ele se programou para permanecer na Casa Branca. Contrastando com Biden, que exortou os compatriotas a comemorarem o feriado com segurança usando máscaras e praticando o distanciamento social, Trump incentivou os americanos a "se reunirem" em sua proclamação de Ação de Graças.
"Incentivo todos os americanos a se reunirem, em casas e locais de culto, para oferecer uma oração de agradecimento a Deus por nossas muitas bênçãos", disse o presidente, ele mesmo infectado e recuperado da covid-19 no mês passado, em um comunicado.
Trump ignora com frequência os alertas de saúde pública, recebeu grupos grandes na Casa Branca e muitos de seus convidados se recusaram a usar máscaras. Além dele, vários outros americanos proeminentes, como a primeira-dama, Melania Trump, e membros do Congresso foram diagnosticados com covid após tais eventos.
Mais importante que o Natal para muitos, esta grande celebração familiar nos EUA acontece no momento em que o país registra o maior número diário de mortes em seis meses.
As mortes por covid-19 passaram de 2 mil em um único dia na terça-feira pela primeira vez desde maio, e as hospitalizações atingiram um recorde de mais de 89 mil na quarta-feira. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)