A Turquia informou nesta terça-feira, 9, que vai revistar o consulado saudita em Istambul, para investigar o desaparecimento do jornalista Jamal Khashoggi, de 59 anos. A Arábia Saudita autorizou as buscas.
Crítico ao governo da Arábia Saudita e colaborador do jornal The Washington Post, o jornalista saudita desapareceu há uma semana após comparecer ao consulado para resolver trâmites administrativos. O consulado fica em Levent, um bairro arborizado e luxuoso, perto do centro financeiro da cidade e que abriga vários outros consulados. Especula-se que Khashoggi pode ter sido morto dentro do prédio.
Os sauditas negam qualquer envolvimento em seu desaparecimento e alegam que as desconfianças são sem fundamento.
O governo dos EUA e líderes europeus pediram que as autoridades sauditas expliquem o que aconteceu com o jornalista. Até agora, a Arábia Saudita não mostrou provas de que Khashoggi chegou a sair do consulado. Uma imagem de uma câmera de vigilância mostra o jornalista entrando no prédio em 2 de outubro.
A porta-voz do escritório de Direitos Humanos da ONU, Ravina Shamdasani, disse que seria “verdadeiramente chocante” se os relatos de sua morte fossem confirmados.
Em entrevista à agência Bloomberg, o príncipe herdeiro saudita Mohamed bin Salman afirmou que Khashoggi “entrou” efetivamente no consulado, mas pouco depois saiu da sede diplomática.
Como colaborador do Post, o jornalista escreveu amplamente sobre a Arábia Saudita, incluindo críticas à guerra no Iêmen, a recente disputa diplomática com o Canadá e a prisão de ativistas dos direitos das mulheres, após o fim da proibição de mulheres dirigirem.