O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse há pouco em sua conta no Twitter que deve se encontrar com o pastor americano Andrew Brunson no salão oval da Casa Branca. Brunson estava em prisão domiciliar na Turquia há mais de dois anos. Ontem (12), um tribunal turco o condenou a mais de três anos de prisão por apoio a grupos terroristas no país, mas o libertou por ele já ter cumprido a pena.
“Será maravilhoso vê-lo e encontrá-lo. Ele é um grande cristão que passou por uma dura experiência”, disse Trump na rede social. O presidente também agradeceu ao presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, por seu papel na libertação de Brunson, mas enfatizou que “nenhum acordo” foi feito com os turcos. “Não faço acordos por reféns. Houve, no entanto, apreciação em favor dos Estados Unidos, o que vai conduzir a boas, talvez ótimas relações entre os EUA e a Turquia”, acrescentou Trump.
Brunson foi detido em outubro de 2016, acusado de ajudar grupos terroristas. A prisão ocorreu em meio à ofensiva das autoridades turcas após uma tentativa de golpe em 2016. O presidente Recep Tayyip Erdogan superou a tentativa de golpe, mas passou a se voltar contra políticos, funcionários e jornalistas pelo país, acusando os supostamente ligados ao clérigo Fethullah Gulen, que segundo o governo turco está por trás da tentativa de derrubá-lo. Gulen vive nos EUA e nega envolvimento.
A libertação de Brunson ocorre em um momento em que autoridades turcas acusam a Arábia Saudita de ter ordenado a morte do jornalista Jamal Khashoggi. No último dia 2, Khashoggi foi ao consulado saudita em Istambul e desapareceu. Ele era grande crítico do país e escrevia para o The Washington Post. Os Estados Unidos têm mantido relações próximas com os sauditas desde que Trump assumiu o cargo. (Clarice Couto – [email protected], com Dow Jones Newswires)